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Editorial

População está envelhecendo

25 de Novembro de 2024 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
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A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados realiza amanhã (27), a partir das 15h, uma audiência pública para discutir a falta de médicos geriatras no Brasil e a criação de possíveis incentivos que facilitem a formação desses especialistas.

No ano passado, especialistas sugeriram ao Parlamento o que chamaram de “geriatrização” do sistema de saúde, que inclui a melhoria da formação dos profissionais para atender aos idosos, o aumento no número de geriatras e o fortalecimento de equipes multidisciplinares.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de pessoas com 60 anos ou mais deverá dobrar nas próximas três décadas, representando cerca de 30% da população em 2050. Esse crescimento acelerado coloca em evidência a necessidade de cuidados especializados para essa faixa etária, particularmente no campo da geriatria. Na contramão dessa realidade, o Brasil já enfrenta uma grave escassez de geriatras.

De acordo com o Conselho Federal de Medicina, o Brasil possui atualmente menos de dois mil geriatras em atividade. A formação profissional enfrenta desafios significativos, como a falta de incentivos e de vagas em programas de formação específica. O objetivo da audiência pública é discutir as causas dessa escassez e apontar possíveis soluções, como a criação de incentivos para a formação de geriatras e a revisão da legislação para facilitar a formação desses especialistas.

Atualmente, as pessoas idosas já são cerca de 15,8% da população do Brasil. De acordo com o Censo 2022, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas com 65 anos ou mais cresceu 57,4% em doze anos. Já a população idosa com 60 anos ou mais chegou a 32,1 milhões de pessoas. O aumento é de 56% em relação a 2010, quando era de 20,5 milhões (10,8%). Ainda de acordo com o Censo, a idade mediana da população brasileira aumentou seis anos desde 2010 e passou de 29 para os 35 anos em 2022.

No dia 22 de agosto, o IBGE divulgou dados mais atualizados que revelaram que os idosos deixaram de ser a menor fatia da população brasileira em 2023 e, daqui a duas décadas, vão ser a maior delas. Os números também trazem projeções sobre a população até 2070. E elas mostram que, em 2046, as pessoas com 60 anos ou mais vão ser a maior fatia populacional do País, chegando a 28%. Em 2070, esse percentual sobe para 37,8%, o que representará mais de um em cada três brasileiros será idoso. Com isso, a idade média dos brasileiros, que em 2023 era de 34,8 anos, passará a ser de 51,2 anos.

Com os dados divulgados em agosto, que são as primeiras projeções de população a partir do que foi colhido no Censo Demográfico 2022, o IBGE informou ao País — e principalmente às autoridades e pessoas que devem tomar decisões — que a população do Brasil vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes e que a maioria dos brasileiros será idosa.

O estudo demográfico mostrou que, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. Já a idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070.

Resumo da ópera: o País precisa se organizar para ser uma nação de pessoas envelhecidas, por isso, há toda uma preocupação de como as cidades e a economia, assim como a previdência social e os serviços públicos de saúde. Idosos são mais vulneráveis e suscetíveis a violência física e a golpes, além de vivenciar isolamento, abandono, discriminação, más condições de saúde, e desrespeito aos seus desejos, como poder escolher onde quer viver.

Necessário chamar a atenção ao fato de que a Política Nacional do Idoso tem 30 anos, desde sua sanção. Além disso, falta a criação da Política Nacional do Cuidado e de dar a real importância e fortalecimento aos conselhos municipais direcionados aos idosos. A discussão de amanhã lá na Câmara dos Deputados, sobre a falta de geriatras é um bom começo para alcançar rapidamente as adequações para o envelhecimento saudável dos brasileiros.