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Editorial

Uma ameaça à espreita

09 de Janeiro de 2025 às 21:30
Cruzeiro do Sul [email protected]
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A situação de alerta para a dengue em Sorocaba, especialmente nos bairros Paineiras, Quintais do Imperador e Jacutinga, reflete uma preocupação crescente no início de 2025 devido ao calor e ao período de chuvas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Embora ainda não haja casos confirmados, o aumento das suspeitas de infecção na cidade já está gerando ações preventivas intensivas. O índice larvário de 2% apurado em outubro de 2024 coloca a cidade em um estágio de alerta, pois o índice considerado ideal é abaixo de 1%.

O mosquito Aedes aegypti, como já há muito divulgado pelas autoridades sanitárias, é altamente adaptável ao meio urbano, o que facilita sua disseminação em diversos bairros da cidade.

Em reportagem publicada neste jornal, na edição de ontem, o coordenador da Zoonoses de Sorocaba, Fernando Henrique, alerta que, apesar de o foco atual estar em algumas áreas específicas, a dengue pode se espalhar rapidamente para bairros vizinhos, como já ocorreu.

A chuva intensa de dezembro de 2024, combinada ao calor, é um fator que agrava a situação, uma vez que cria mais ambientes propícios para a criação de larvas. A cidade vivenciou um pico de casos e mortes em 2024, com mais de 46 mil pessoas infectadas e 48 óbitos. Comparativamente, em 2023, o número de casos foi bem inferior, com 4.674 casos e três mortes, o que evidencia a escalada da doença no último ano.

A prefeitura, por meio dos agentes de arboviroses, tem intensificado as ações de fiscalização e orientação, visitando residências nos finais de semana para eliminar criadouros do mosquito. A nebulização, embora eficaz por curto período, é uma medida complementar à eliminação dos focos de proliferação. A Secretaria Municipal da Saúde reforça que a participação ativa da população é essencial. A eliminação de focos de água parada e a conscientização sobre o uso de repelentes e outras formas de proteção são fundamentais para conter o avanço da doença.

Conforme notícia publicada por este jornal e assinada pela jornalista Thaís Marcolino, a faixa etária de maior incidência de casos de dengue em Sorocaba foi de 20 a 49 anos, representando a população economicamente ativa. Além disso, o sexo feminino apresentou mais notificações e positivação para a doença. Entre as 48 mortes registradas em 2024, 31 foram de homens (64,6%) e 17 de mulheres (35,4%), com a faixa etária média dos óbitos variando entre 68 e 76 anos.

O aumento do índice larvário e o histórico recente de surtos de dengue indicam que Sorocaba pode enfrentar mais um ano difícil em relação a essa doença. As autoridades municipais estão em constante vigilância, com a expectativa de novos levantamentos sobre os índices de infestação. Porém, o sucesso no combate à dengue dependerá também da colaboração contínua da comunidade, eliminando possíveis criadouros e cuidando de sua saúde de forma preventiva.

A população deve estar atenta, principalmente com o início das chuvas, para que a cidade não enfrente mais um grande surto da doença. Por outro lado, conforme reportagem neste jornal e na mesma edição, Sorocaba vive uma situação difícil com relação à reciclagem do lixo. Muitos vasilhames, entre outros recipientes propícios para se tornar um criadouro do mosquito, estão espalhados pela cidade e requer uma atitude, rápida e enérgica, por parte do governo municipal ao reativar e estruturar melhor a coleta de recicláveis no município.

Realmente, a situação é bastante preocupante, especialmente considerando os números alarmantes dos últimos anos. A dengue é uma doença que requer atenção e ações efetivas para prevenção.

Como já é sabido, mas sempre válido lembrar, que a principal forma de combater a dengue é eliminar os locais onde o mosquito Aedes aegypti se reproduz. Isso inclui esvaziar, limpar ou cobrir recipientes que possam acumular água, como pneus, vasos de plantas e caixas d’água.

Informar familiares, amigos e vizinhos sobre a importância da prevenção é fundamental. Quanto mais pessoas estiverem cientes dos riscos e das medidas a serem tomadas, maior será o impacto positivo.

Ficar atento, também, às orientações e campanhas promovidas pela Secretaria Municipal da Saúde pode ajudar a população a se manter atualizada sobre os riscos e as medidas de controle. Muitas vezes, as prefeituras organizam mutirões de limpeza e conscientização. Participar desses eventos é uma ótima maneira de ajudar a comunidade e garantir que todos estejam engajados na luta contra o mosquito.

Caso você identifique locais com água parada ou criadouros do mosquito, denuncie aos órgãos competentes para que possam ser tomadas as devidas providências. Utilizar repelentes em áreas onde há risco de picadas também é uma medida preventiva importante. A vacinação é outro ponto a ser discutido e que envolve ações mais efetivas dos governos, tanto municipais e estaduais como o federal.

Essas ações coletivas são essenciais para evitar que a dengue se espalhe ainda mais e cause mais danos à população. O envolvimento da comunidade é fundamental e deve ser uma prioridade para o governo municipal. Quando as pessoas estão informadas sobre os riscos da dengue e as medidas de prevenção, elas se tornam aliadas na luta contra a doença. Para alcançar um grande número de pessoas, a atuação do governo em campanhas educativas pode ajudar, seja por meio de panfletos, palestras, redes sociais ou eventos.

Incentivar a participação da população em mutirões de limpeza e atividades educativas pode aumentar o engajamento e o senso de responsabilidade coletiva. O governo pode fornecer materiais e informações sobre como eliminar criadouros, além de disponibilizar serviços de nebulização e fiscalização. Trabalhar com escolas, empresas e organizações comunitárias para amplificar a mensagem e garantir que mais pessoas estejam cientes dos riscos.

Deve também manter a população informada sobre os índices de casos e as ações que estão sendo realizadas para ajudar a criar um senso de urgência e mobilização. Quando a conscientização é bem feita, a comunidade se torna mais proativa em relação à prevenção, o que pode fazer uma grande diferença na redução dos casos de dengue.