Recuperação lenta
Com sua economia bastante diversificada, Sorocaba teve, pelo terceiro mês consecutivo, saldo positivo na criação de empregos. Neste período de transição, quando o País se prepara para escolher o futuro presidente, a questão do desemprego, ao lado da segurança pública, atendimento na saúde e educação são, certamente, as principais preocupações da população. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, o saldo foi de 544 novos empregos com carteira assinada no município no mês de setembro. No acumulado do ano -- de janeiro a setembro -- foram 2.999 vagas e indicam que os setores de serviços, indústria e comércio voltaram a contratar.
Embora Sorocaba tenha uma situação privilegiada em relação a outros municípios em decorrência da diversidade de sua economia, a criação de novos empregos, felizmente, é um fenômeno nacional, embora atinja com maior ou menor intensidade as diferentes regiões do País. A crise econômica que atingiu seu ponto mais negativo entre 2014 e 2016, resultado da política econômica desastrosa do governo Dilma Rousseff (PT), gerou uma gigantesca massa de mais de 13 milhões de desempregados e um incontável número de pessoas que aderiram a atividades informais, a bicos, para conseguir sobreviver. De acordo com dados oficiais, o Brasil perdeu 1,5 milhão de empregos em 2015 e 2 milhões em 2016. O número de vagas só voltou a crescer em 2017, com o acréscimo de 221 mil postos de trabalho em diferentes ramos de atividade, tanto no setor público como no privado. Com um crescimento de 0,48% em comparação com 2016, o ano passado fechou com aproximadamente 46,3 milhões de empregos, de acordo com o Ministério do Trabalho.
A situação tem melhorado nos últimos meses, embora em ritmo lento. No mês de agosto foram criados mais de 100 mil empregos formais, um número muito superior aos 35 mil criados no mesmo mês de 2017. E em setembro os números divulgados foram novamente positivos, beneficiados principalmente pela abertura de vagas nos setores de serviços e indústria. De acordo com dados do Caged, foram criados 137.336 postos formais, no levantamento que mede a diferença entre demissões e contratações. Com o resultado desse mês, a criação de empregos chega a 719.089 de janeiro a setembro. O campeão na criação de vagas foi o setor de serviços, com 61 mil novas vagas, seguido pela indústria de transformação e pelo comércio. O nível de emprego caiu apenas na agropecuária, onde houve um saldo negativo de 2.688 vagas, resultado do intervalo entre fim da safra e o início de novo plantio.
Sorocaba tem criado eventos e mostrado criatividade em iniciativas positivas para a criação de novos empregos. Um exemplo interessante foi a 1ª Feira do Estudante Expo Ciee, realizada no Parque Tecnológico com a participação de um grande número de faculdades e empresas e onde foi possível aos estudantes se cadastrarem para vagas de estágio e aprendizagem na cidade. Outra iniciativa interessante foi da Associação Comercial de Sorocaba que oferece 500 vagas em cursos para quem está fora do mercado de trabalho e precisa se capacitar para ser encaminhado a empregos temporários neste final de ano.
Iniciativas como essas ajudam, mas para recuperar os postos de trabalho perdidos nos últimos anos é preciso investimentos pesados em setores produtivos. Nos últimos dias, vários empresários revelaram em entrevistas que os investimentos e contratações ainda não ganharam velocidade porque as empresas aguardam o resultado das eleições. Mais que isso, querem saber quais medidas serão tomadas pelo presidente eleito com relação às reformas que estão paradas.
A recuperação da economia, como se vê, depende do resultado das eleições e, principalmente, da disposição do futuro governo em promover as reformas necessárias. Entre as mais esperadas pelo setor produtivo estão a fiscal, na qual se insere a reforma da Previdência, e a reforma tributária. Segundo especialistas, somente o encaminhamento dessas medidas pelo futuro governo dará a segurança necessária aos investidores e servirá como garantia de que o Brasil terá condições de crescer nos próximos anos.