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Covid-19: região de Sorocaba regride para fase vermelha do Plano SP

22 de Janeiro de 2021 às 12:57
Vinicius Camargo [email protected]

Região Administrativa demite 4,8 mil em maio Na fase vermelha, estabelecimentos considerados não essenciais, a exemplo do comércio, não podem abrir. Crédito da foto: Vinícius Fonseca (10/7/2020)

As 48 cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS-16) de Sorocaba regrediram para a fase 1 (vermelha) do Plano São Paulo, após quase 15 dias na 2 (laranja). A classificação mais restritiva começa a valer na segunda-feira (25) e vigora até domingo (7). Para Sorocaba e as cidades da região, as regras desta fase vão perdurar integralmente, todos os dias. A decisão foi comunicada pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, durante a 19ª reclassificação do plano, em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, na capital paulista. O governo também anunciou a abertura de mais de 750 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid no Estado e mudança em um critério para reclassificação das regiões.

A regressão da região de Sorocaba já era comentada. O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes, havia sinalizado a possibilidade de retorno para a fase a vermelha. O centro, inclusive, monitorava o cenário pandêmico na região. Durante a semana, Menezes destacou a possível adoção de maiores restrições na cidade, em razão, especialmente, da taxa de ocupação de leitos. O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirmou ser contra a mudança, em entrevista ao Cruzeiro do Sul, na noite de terça-feira (19). Na ocasião, Manga disse negociar com o governo de São Paulo sobre a situação. O chefe do Executivo também informou, mais uma vez, que pedirá a implementação do chamado Plano Sorocaba, paralelo ao plano estadual.

Além de Sorocaba, as regiões de saúde de Barretos, então na fase amarela, Presidente Prudente, Bauru e Franca, que estavam na laranja, também voltaram para a vermelha. Marília já estava nesta classificação. Araraquara, São João da Boa Vista, Campinas, Grande São Paulo e a Baixada Santista passaram da fase amarela para a laranja. Desta forma, com as mudanças, 78% da população paulista está em áreas enquadradas na fase laranja e 22% na vermelha. Atualmente, não há cidades na amarela e, pelo menos até o dia 8 de fevereiro, nenhuma regional avançará para esta ou para a fase 4 (verde), conforme determinou o governo.

O motivo do rebaixamento é o agravamento da pandemia no Estado, sobretudo, com alta na transmissão do vírus em todas as regiões. O objetivo da medida é tentar reduzir o avanço da doença e evitar a sobrecarga da rede pública de saúde. De acordo com o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, nas últimas semanas, todos os índices pandêmicos apresentaram expressiva alta em São Paulo. Na comparação com a penúltima semana de dezembro de 2020, o número de novos casos da doença subiu 79%, as internações cresceram 25%, enquanto o total de óbitos registrou elevação de 96%. "Para se ter uma ideia, em um período de 45 dias, alcançamos as mesmas cifras que havíamos atingido em cinco meses, de março e agosto (de 2020)", alertou o secretário. A taxa de ocupação de leitos UTI Covid no Estado, hoje em 71,1%, igualmente mostra o avanço "da pandemia de forma mais intensa", destacou. Somente em três semanas, acrescentou ele, mil pacientes diagnosticados com a Covid-19 foram internados em UTIs.

Segundo o governador do Estado, João Doria (PSDB), as medidas visam, principalmente, garantir a saúde e a segurança da população. Também objetivam evitar o aumento de mortes pelo novo coronavírus. "É nosso dever e nossa obrigação, pela ciência, e, também, pelo campo humanitário, defender vidas", justificou.

Novos leitos

Diante da piora no cenário pandêmico, para tentar evitar uma crise no sistema público de saúde e suprir a demanda de atendimentos, o governo abrirá mais 756 leitos Covid em hospitais de todo o Estado. Segundo informou Gorinchteyn, serão 450 unidades de enfermaria e 306 de UTI.

O hospital de campanha de Heliópolis, na capital paulista, será reaberto. De acordo com a previsão do governo, a unidade deve voltar a funcionar em 25 de fevereiro. De acordo com Doria, esses reforços na capacidade hospitalar estadual são necessários para o enfrentamento da segunda onda da pandemia. Outra ação será o recrutamento de mais profissionais de saúde, para a prestação de assistência direta aos infectados pelo vírus. As cirurgias eletivas, tanto em hospitais da rede pública, tanto naqueles conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS), serão temporariamente. Cada caso será avaliado individualmente, e os procedimentos não urgentes serão cancelados, detalhou Gorinchteyn.

Mudança em critério

Um dos critérios para rebaixamento das cidades da fase laranja para a vermelha foi alterado. A partir de agora, afirmou Patrícia Ellen, as regiões onde o índice de ocupação de leitos de UTIs Covid alcançar 75% irão, automaticamente, para a mais restritiva. Anteriormente, o porcentual era de 80%. Hoje, a taxa em Sorocaba está em 76,9%, o que, consequentemente, ocasionou a regressão da cidade.

Esta e as outras medidas mais severas são necessárias para evitar o esgotamento dos leitos de UTI e tentar conter o avanço do vírus, informou a secretária. "Sem novas medidas restritivas e com esse comportamento que vimos nas últimas semanas, em 28 dias, o Estado poderia ter o esgotamento de leitos UTI Covid", afirmou.

Fase vermelha em todo o Estado

O governo também anunciou que a fase vermelha será adotada em todo o Estado, nos dias úteis, entre às 20h e às 6h. Isto é, nesse período, as regras mais duras de isolamento social e de fechamento dos setores da economia valem até mesmo para as regiões não classificadas oficialmente nesta fase. As restrições igualmente serão adotadas nos dois próximos fins de semana, dias 30 e 31 de janeiro e 6 e 7 de fevereiro, durante todo o dia.

Na fase vermelha, locais como shoppings, galerias e semelhantes, bares, restaurantes e comércio de rua ficarão fechados. A mesma determinação vale para os serviços considerados não essenciais, a exemplo de salões de beleza, barbearias, academias de ginástica e centros esportivos. Nesta classificação, somente serviços essenciais, como supermercados e farmácias, permanecem abertos regularmente, sem restrição de horário. Já eventos, convenções e programas culturais, assim como demais atividades com aglomerações estão proibidos.

Independentemente do segmento, todos os estabelecimentos devem adotar protocolos de prevenção à Covid-19.

Volta às aulas

Devido a esse quadro, o governo decidiu adiar a volta às aulas na rede estadual de ensino de 1º para 8 de fevereiro. Além disso, a presença dos alunos nas instituições não será mais obrigatória. Isto é, se quiserem, os estudantes poderão continuar acompanhando as aulas de forma remota. Segundo o secretário de Estado da Educação, Rossieli Soares, apesar do adiamento, as escolas podem abrir normalmente.

Na primeira semana de fevereiro, as unidades de ensino estarão abertas para oferecer reforço na formação de professores e atendimento às famílias dos estudantes. Nesse período, serão passadas informações e orientações sobre o uso da tecnologia.

Já as redes municipais e privadas têm autorização para definir cronogramas próprios de retomada das atividades.

Vacinação

Conforme o secretário Gorinchteyn, mais de 78 mil pessoas já foram vacinadas contra a Covid-19. Porém, ainda não há doses suficientes da vacina CoronaVac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, para imunizar todos os paulistas. Por isso, lembrou ele, todos devem continuar a seguir o isolamento social e demais ações de prevenção ao coronavírus. (Vinicius Camargo)