Feiras livres estão sem banheiros químicos há um ano
A Prefeitura afirma que nova licitação já foi realizada. Crédito da foto: Emerson Ferraz / Arquivo Secom Sorocaba (15/8/2019)
A falta de banheiros químicos nas 42 feiras livres de Sorocaba completou um ano na segunda-feira, dia 17.
As feiras funcionam sem eles desde 18 de agosto de 2019, quando terminou o contrato firmado pela Prefeitura de Sorocaba com a empresa responsável pela locação.
Questionada, a Prefeitura afirma que a licitação para a contratação do serviço de locação dos equipamentos a serem disponibilizados nas feiras livres já foi realizada.
Porém, nenhuma data foi informada para a volta dos banheiros químicos nas feiras.
O nome da empresa e o valor do contrato também não foram informados pela Prefeitura de Sorocaba.
Pandemia piorou a situação
A presidente da Associação dos Feirantes de Sorocaba, Anali Guarini Lanzieri, afirma que acompanha o caso. No entanto, disse que somente foi informada pela administração municipal sobre a divulgação do edital. E, além disso, da abertura do pregão eletrônico para a contratação de empresa para a prestação do serviço.
“Só recebi o aviso da publicação do edital. Mas, até o momento, não foi comunicados oficialmente sobre a data da volta dos banheiros químicos nas feiras livres. Estamos aguardando por isso há um ano já”, destaca.
Segundo Anali, a pandemia do coronavírus piorou ainda mais a situação dos trabalhadores que precisam contar com a boa vontade de conhecidos, e de moradores próximos às feiras, para que possam utilizar algum banheiro.
Solidariedade de moradores
“É complicado porque os feirantes têm medo de contaminação pela Covid-19 e as pessoas também preferem não permitir mais o uso do banheiro em suas casas por conta da pandemia”, aponta.
O feirante Fernando Ximenes conta ainda que além da falta dos banheiros químicos, os trabalhadores e consumidores sofrem também com a falta de pias com água e sabão para que os trabalhadores e consumidores possam lavar suas mãos.
“Nós que disponibilizamos álcool gel nas barracas para os clientes e usamos também”, afirma.
Em relação aos banheiros químicos, ele disse ainda que em no caso da feira livre na Vila Progresso, como existe banheiro público em uma praça, o local pode ser usado pelos trabalhadores.
Mas, nas demais feiras, sem banheiros públicos por perto, o único jeito é contar com a ajuda de conhecidos ou esperar chegar em suas casas.
“Está difícil a nossa situação. Faço feiras há mais de 20 anos e com a pandemia sem banheiro químico pelo menos ficou complicado”, reclama.
Equipamentos deteriorados
Banheiros químicos que foram comprados pela Prefeitura de Sorocaba em 2012 para atender as feiras livres da cidade estão deteriorados.
A informação é da própria gestão municipal, que afirma que os equipamentos foram devolvidos à Garagem Municipal.
Esta, por sua vez, os doou para serem utilizados pelo Saae. “Houve deterioração pelo tempo de uso”, disse o Executivo.
Em março de 2017, pelo menos cinco equipamentos estavam depositados no Mercado Distrital, na Vila Fiori.
Em condições de uso
Na ocasião, a Prefeitura de Sorocaba, no entanto, afirmou que eram seis banheiros químicos no total, e que os cinco que estavam no local, que são do tipo trailer, estavam em condições de uso, e que somente um estava deteriorado.
A Prefeitura disse ainda que os equipamentos não estavam sendo usados na época por conta do alto custo de transporte dos banheiros, e que eles eram utilizados para atender a demanda do município como um todo, em grandes eventos, em locais de grande volume de pessoas, e em locais onde há possibilidade do equipamento ficar disponível por alguns dias. (Ana Cláudia Martins)