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Primeiros respiradores são fabricados em Sorocaba

01 de Maio de 2020 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]

Flex já iniciou produção de respiradores A fábrica da Flextronics funciona na rodovia Senador José Ermírio de Moraes, a Castelinho. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (24/3/2020)

A produção de respiradores na planta da Flextronics, em Sorocaba, já foi iniciada. O primeiro lote com 19 aparelhos foi enviado ontem para a empresa MagnaMed, que encomendou os equipamentos.

A notícia da fabricação pela multinacional, que fica às margens da rodovia Senador José Ermírio de Moraes, foi antecipada em 25 de março pelo jornal Cruzeiro do Sul. A medida faz parte de uma ação do Governo Federal para a compra de 6,5 mil respiradores. O prazo de entrega é agosto deste ano.

Oficialmente, a Flex, como é atualmente chamada a empresa, não comenta a questão em função de acordos de confidencialidade que mantém com seus clientes. Porém, conforme apurado pelo Cruzeiro do Sul, a princípio, são duas linhas de produção com capacidade total para fabricar 400 aparelhos por dia.

Por enquanto, serão dois turnos de produção. Cada linha tem aproximadamente 50 colaboradores. Houve qualificação para os profissionais que atuassem nas linhas.

O Cruzeiro apurou também que a demanda não é um único mote para a produção. “Depende de matéria-prima da China”, afirma uma fonte. Outra parte dos “insumos” usados na produção são do Brasil. Ainda conforme a fonte, o lote piloto é comum em produções de longa escala. A produção deverá ser intensificada na semana que vem.

Uso dos respiradores

A estimativa é de que cerca de 5% dos infectados pelo novo coronavírus precisem de cuidados intensivos, que incluem internação em UTIs. São os casos mais graves. E quando o paciente não tem a capacidade de operar seu sistema respiratório normalmente, entram em cena os respiradores mecânicos, que são máquinas que ajudam os pulmões a inspirar e expirar.

A estratégia

A estratégia do Governo Federal para o enfrentamento da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, no caso de respiradores, envolve o trabalho de um grupo de empresas que atua em vários setores, incluindo a Flextronics, uma das maiores fabricantes de eletrônicos do mundo e empregadoras de Sorocaba.

Para atender à demanda do Ministério da Saúde, a Magnamed está recebendo a colaboração, por exemplo, da Positivo, que está responsável pelo fornecimento de placas. A Suzano auxilia em questões de engenharia e na procura de fornecedores globais de insumos, além de prover capital de giro para a aquisição de componentes.

A Klabin, por sua vez, está responsável pela gestão de compras e importação dos componentes para a montagem dos ventiladores, além de fornecer todas as embalagens necessárias para o transporte dos aparelhos.

A iniciativa da Embraer, que envolve outras sete empresas da indústria aeronáutica brasileira, buscou encontrar a melhor solução para aumentar a capacidade de produção nacional, que fosse de rápida produção e de alta escala.

A Fiat Chrysler Automóveis (FCA) teve como uma das tarefas colocar seus especialistas de compras, desenvolvimento de produtos, logística e engenharia à disposição para viabilizar o aumento da capacidade produtiva de ventiladores pulmonares nacionais.

A White Martins é responsável pelo fornecimento de oxigênio para a fabricação e testes dos respiradores, além do projeto de engenharia e infraestrutura completa para o consumo do gás. (Marcel Scinocca)