Buscar no Cruzeiro

Buscar

Sorocaba

Tribunal de Contas do Estado julga irregular obra de escola no Carandá

Relatório informa que seis das nove empresas que participaram do processo de licitação não foram selecionadas por exigências do edital

27 de Agosto de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
placeholder
placeholder

A construção de escola municipal de ensino fundamental no Residencial Carandá, na zona norte de Sorocaba, em 2019, no governo de José Crespo (DEM) -- e com custo de quase R$ 4,7 milhões -- apresentou “graves irregularidades” no planejamento e no projeto básico, segundo julgamento do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) na terça-feira (24). Os responsáveis pelo contrato foram multados. A Prefeitura de Sorocaba não foi notificada e a defesa do ex-prefeito José Crespo não se manifestou.

A fiscalização do Núcleo de Acompanhamento de Execução Contratual (Naec) e a unidade de engenharia da Assessoria Técnico-Jurídica (ATJ), órgãos internos do TCE, opinaram pela irregularidade, bem como o Ministério Público de Contas (MPC). “A matéria não tem condições de receber aprovação pelas graves irregularidades no planejamento no projeto, o que representa ausência de confiabilidade dos serviços e nas quantidades estimadas”, afirma o conselheiro Sidney Beraldo, relator dos processos. Conforme ele, foram encontrados lapsos na elaboração do orçamento referencial, “não tendo disso comprovado a compatibilidade dos valores ajustados com os praticados no mercado”.

O relator lembrou que seis das nove empresas que participaram do processo de licitação não foram selecionadas por exigências do edital. Ele mencionou a ausência de estabelecimento de critérios e ressaltou que, mesmo após o recebimento definitivo da obra, foram noticiados problemas na execução pela diretora da escola.

Além do contrato e da licitação, julgados irregulares, também foram julgados dois aditivos, termo de acompanhamento e termo de recebimento da obra. Os responsáveis pelo contrato, incluindo o prefeito Crespo, foram multados em 300 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesp), equivalente a cerca de R$ 8,7 mil.

Questionada sobre a decisão e se recorrerá, a Prefeitura de Sorocaba afirmou ontem (25) que ainda não foi notificada da decisão pelo TCE-SP. A defesa do prefeito José Crespo não se manifestou até o fechamento desta edição. Marta Cassar, então secretária de Educação na ocasião do contrato e citada no processo, não foi localizada para comentar a decisão. (Marcel Scinocca)