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Sorocaba

Apis completa 103 anos de serviços a pacientes

No total, são 1.430 pessoas atendidas e quase sete mil procedimentos realizados mensalmente

03 de Outubro de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]
Apis completa 103 anos de serviços na área de saúde e educação.
Antonio Carlos Ribeiro (Maza), presidente da Apis. (Crédito: Divulgação)

Inaugurada em 1º de outubro de 1918, a Associação Protetora dos Insanos de Sorocaba (Apis), entidade vinculada à Loja Maçônica Perseverança III, completou 103 anos na última sexta-feira, com diversos reconhecimentos ao longo dos anos. Apesar de o hospital ter sido fechado em 2014, por força de política do governo federal para o setor psiquiátrico, que priorizou as Residências Terapêuticas, atualmente a Apis mantém dois Centros de Atenção Psicossocial (Caps) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SES), um voltado para pacientes psicóticos e outro para dependentes em álcool e drogas. No total, são 1.430 pessoas atendidas e quase sete mil procedimentos realizados mensalmente.

“A data é bastante significativa para a entidade. Nossa primeira diretoria foi instituída por mulheres da sociedade sorocabana, nenhum homem. Com os anos, com todo o trabalho desenvolvido, a instituição se tornou um dos principais hospitais de psiquiatria do Brasil, de tal modo que instituímos as Residências Terapêuticas bem antes que o próprio governo, em 1997”, explicou o dr. Antonio Carlos Ribeiro (Maza), presidente da Apis.

“Outro trunfo nosso foi que, antigamente, os pacientes eram confinados em pátios. Mais ou menos em 1990, tiramos as grades e os deixamos soltos, sob supervisão inicialmente. Foi com a intenção de olhar para eles com mais humanidade, mais respeito à vida deles e sua autonomia, coisas que até então eles não tinham. Nós não concordávamos com a política ambiental do Estado e, por isso, resolvemos fechar (em 2014), mas continuamos com outra área de atendimento, com Caps e as residências”, completou.

No Caps dos psicóticos -- Caps III Alegria de Viver, instalado no Jardim Europa --, são 1.020 pacientes, que realizam tratamentos com frequências individuais, alguns diariamente, outros de uma a duas vezes por semana, até a cada 15 dias ou uma vêz por mês. Com isso, são 3.150 procedimentos realizados por uma equipe de seis médicos psiquiatras, três psicólogos, dois assistentes sociais, dois terapeutas ocupacionais, seis enfermeiros, oito auxiliares de enfermagem, uma educadora física, uma oficineira, um farmacêutico e uma coordenadora técnica.

O Caps AD (álcool e drogas) -- Caps III Roda Viva, localizado à rua Padre José de Anchieta, no Centro --, atende 410 pacientes mensalmente, com um total de 3.750 procedimentos. Por definição, o Centro presta assistência médica, psicológica, de enfermagem, terapia ocupacional, assistência social, farmácia, dentro do modelo psicossocial, utilizando-se de técnicas de grupo, oficinas, atendimentos individuais, orientação à família, rodas de conversa, apresentações informativas, assembleias, visitas domiciliares, busca ativa, parcerias com serviços assistenciais da comunidade, dentre outros. Vale mencionar, ainda, que nenhum paciente, desde o início da pandemia de Covid-19, contaminou-se no local.

Além disso, a Apis abriga 60 pacientes em suas Residências Terapêuticas, sendo 40 deles em residências tipo I (com assistência/apoio de cuidadores diariamente) e 20 em residências tipo II (com assistência de enfermagem 24 horas, por demandarem maiores cuidados). Esses espaços não são considerados serviços de saúde, mas, sim, locais para morar articulados à Rede de Atenção Psicossocial de cada município. “São tipo repúblicas, com cinco a seis pessoas por casa, gerando suas vidas e sendo autossuficientes”, explica Mazza.

Na área da educação, a entidade atua junto à Secretaria da Saúde para residência médica (psiquiatria), bem como estagiários de psicologia, terapia ocupacional e assistência social das universidades Uniso e Unip. (Da Redação)