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Campanha da Fraternidade faz reflexão ao tema Fraternidade e Educação

Celebração presidida pelo arcebispo da Arquidiocese da cidade, dom Julio Endi Akamine, também deu início à Quaresma

02 de Março de 2022 às 22:42
Arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine celebrou a tradicional missa de cinzas que abriu a Quaresma
Arcebispo metropolitano de Sorocaba, dom Julio Endi Akamine celebrou a tradicional missa de cinzas que abriu a Quaresma (Crédito: Fábio Rogério (2/3/2022))

A Campanha da Fraternidade (CF) 2022 foi lançada em Sorocaba ao meio-dia desta quarta-feira (2), em uma missa na Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Ponte. A celebração, presidida pelo arcebispo da Arquidiocese da cidade, dom Julio Endi Akamine, também deu início à Quaresma. Neste ano, a campanha tem como tema Fraternidade e Educação. Já o lema é Fala com Sabedoria, Ensina com Amor. Em nível nacional, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu a CF às 10h desta quarta (2).

De acordo com dom Julio, esta edição trata da educação em seu sentido integral, e não apenas no âmbito escolar. Assim, destaca seu caráter libertador e seu papel fundamental na formação dos humanos enquanto seres conscientes. “A educação proporciona às pessoas o grande bem da consciência e da liberdade. Sem uma educação integral, que envolva todas as dimensões do ser humano, para o humanismo integral e solidário, é muito difícil que as pessoas alcancem esse bem inestimável, que é a consciência e a liberdade”, diz.

Conforme ele, a CF, igualmente, busca resgatar a importância do Pacto Educativo Global, convocado pelo papa Francisco. Conforme a CNBB, o pacto trata-se de uma iniciativa para incentivar todas as pessoas, instituições e governos no mundo a priorizar a educação humanista e solidária. O objetivo é transformar a sociedade. Pelo pacto, quatro agentes -- família, Estado, sociedade e escola -- são responsáveis pelo processo educacional das pessoas. Nesse sentido, dom Julio cita que outro intuito da campanha é fazer todas essas instituições relembrar de seu compromisso.

O sacerdote fala, ainda, sobre a relação entre educação e evangelização, mais uma reflexão abordada pela Campanha da Fraternidade 2022. Para ele, ambas estão -- e sempre devem continuar -- estritamente ligadas, pois a educação é essencial, inclusive, para a compreensão adequada do Evangelho. Além disso, ele também aponta o conhecimento como necessário para o entendimento da fé em si.

“A Igreja sempre entendeu a evangelização como instrumento cultural, como educação. A falta de uma educação de base leva, também, a um conhecimento superficial do Evangelho. E nós sabemos que conhecer superficialmente o Evangelho dá ocasião para todo tipo de radicalismo religioso, fundamentalismo, proselitismo (esforço para converter alguém a alguma fé, causa, ideologia etc.)”, considera. “A própria fé necessita de ciência e de cultura para que possa se comunicar, para que possa falar de modo significativo às pessoas do mundo contemporâneo”, emenda.


Quarta-feira de Cinzas marca início da quaresma

Nesta quarta-feira (2), foi Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma, e a missa na Catedral também marcou o início desse período. A Quaresma vai até 14 de abril. Durante 40 dias que antecedem a Semana Santa e a Páscoa, os cristãos são convidados a refletir e a converter-se espiritualmente. Para tanto, devem praticar os três principais quaresmais -- oração, jejum e esmola (caridade).

Na celebração, aconteceu, ainda, a imposição das cinzas sobre as cabeças dos fiéis. As cinzas significam penitência e arrependimento. Quando despejadas sobre as pessoas, simbolizam conversão. “A cinza não tem significado supersticioso, mas é uma expressão de nosso desejo de conversão, reconhecimento das nossas faltas, arrependimentos dos nosso pecados e busca de conversão a Deus”, detalha dom Julio.


Oração e jejum pelo mundo

Nesta quarta (2), os católicos foram convocados pelo papa Franscico a fazer um dia especial de oração e jejum pelo mundo devido à guerra na Ucrânia. A intenção é mostrar solidariedade e enviar energias positivas ao povo ucraniano e à toda a população mundial, pois, segundo o pontífice, a crise afeta o planeta inteiro. “Vemos que um conflito localizado, na verdade, é um conflito mundial. Papa Francisco tem falado em terceira guerra mundial em pedaços, porque nós encontramos pedaços de guerra espalhados pelo mundo”, menciona dom Julio. “Queremos responder às armas ofensivas, às armas de fogo com as armas do cristão, que são a oração, a penitência e a conversão”, completa. (Vinícius Camargo)

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