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Em crescimento

Sorocaba lança um condomínio a cada 4 dias

Mas, com 6.451 empreendimentos verticais e horizontais desse tipo, cidade precisa se adequar

07 de Setembro de 2024 às 22:00
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Entre 2020 e 2023, foram iniciados 229 empreendimentos, sendo 172 de apartamentos e 57 de casas
Entre 2020 e 2023, foram iniciados 229 empreendimentos, sendo 172 de apartamentos e 57 de casas (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (26/8/2024))


Nos últimos quatros anos, Sorocaba vivenciou um crescimento vertiginoso na construção de condomínios residenciais. Entre 2020 e 2023, foram lançados 229 empreendimentos, sendo 172 verticais (prédios) e 57 horizontais (casas). De acordo com levantamento efetuado pela Secretaria Municipal de Planejamento e Projetos (Seplan) a pedido do Cruzeiro do Sul, somente nos primeiros oito meses deste ano foram iniciados mais 75, totalizando 6.451 estruturas habitacionais desse tipo no município. Isso significa que, em média, a cidade vê o surgimento de um novo condomínio a cada quatro dias. Esses dados confirmam o aumento acelerado da população, ao mesmo tempo em que expõem a necessidade de planejamento viário e ampliação dos serviços disponibilizados.

Perguntas que surgem com esse crescimento são: A proporção de moradias em condomínios já supera o das residências independentes em Sorocaba? Se ainda não alcançou, estaria próximo de fazê-lo? De que forma isso impacta na qualidade de vida dos sorocabanos?

Sobre a proporção dos domicílios em condomínios, a Seplan esclarece que “apesar do crescimento dos condomínios na cidade, esse montante ainda não supera o número de moradias independentes”. Segundo a pasta municipal, em 2020, foram iniciadas as construções de 50 empreendimentos imobiliários verticais — com mais de oito subunidades — e 14 horizontais. Já em 2021, foram 42 empreendimentos verticais e sete horizontais; no ano seguinte, 38 verticais e 11 horizontais; e, em 2023, 42 verticais e 25 horizontais.

Qualidade de vida

O economista Marcos Canhada aponta que essa mudança é resultado de diversos fatores, como a segurança, serviços e o crescimento populacional que os condomínios podem proporcionar. “A demanda por condomínios advém da busca de segurança e serviços, que proporcionam melhoria na quantidade de vida das famílias”.

Além disso, para Canhada, o crescimento populacional na cidade é o que justifica a quantidade de imóveis construídos. “O crescimento populacional estimulado pelo desenvolvimento constante da cidade contribui para o crescimento acelerado da demanda e oferta desses empreendimentos em Sorocaba”, explica.

“Este crescimento contribui para o crescimento do segmento da construção civil, gerando empregos e renda e também contribui com a valorização dos imóveis da cidade. Outro aspecto é o crescimento da arrecadação tributária por parte do município, em especial com o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), que cresce com a expansão deste tipo de empreendimento”, acrescenta o economista.

Impacto negativo

No entanto, a expansão desses empreendimentos sem um replanejamento urbano visando manter o equilíbrio entre demanda e oferta de serviços provoca algumas consequências negativas, como o caos no trânsito e, principalmente, a deterioração dos aspectos ambientais, como informa Canhada. “Com relação aos impactos negativos, temos os aspectos de trânsito veicular, pois o crescimento destes negócios de forma intensa tende a criar dificuldades na mobilidade urbana. Outro impacto importante está relacionado aos aspectos ambientais, incluindo a retração das áreas naturais e impermeabilização de solo”.

Canhada completa afirmando que é preponderante buscar o equilíbrio, com aproveitamento dos aspectos positivos e minimização dos impactos negativos que são gerados pelos empreendimentos e inerentes ao desenvolvimento.

Segurança e privacidade

O Cruzeiro do Sul também conversou com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, que complementa essa visão destacando que o crescimento dos condomínios é uma resposta natural à necessidade de segurança e privacidade. “A maior razão para aquisição de imóveis em condomínios horizontais está na privacidade e é evidente que o apelo maior é a segurança. No condomínio horizontal, as casas têm todo o conforto de uma casa independente e a segurança de estar entre muros é mais tranquilo. E a privacidade também, ela é preservada de maneira bem mais forte”.

O presidente do Creci ressalta que Sorocaba investe nesses imóveis devido à grande expansão empresarial. “Sorocaba é uma região que tem muitos executivos, empresários de porte e que viram nessas moradias a solução para seus problemas de segurança e privacidade”. Além disso, há outras vantagens: “Hoje, alguns possuem, além de área de lazer, academia, mercado, salões de festa, beleza e jogos, espaços específicos para crianças e animais, quadras esportivas, dentre outros atrativos”.

Ainda, segundo o presidente do Creci-SP, o número de condomínios em Sorocaba, historicamente, sempre foi muito grande, porém, a partir da pandemia de Covid-19, muitas empresas de grande porte se instalaram na região, favorecendo a construção e compra desses imóveis. “O número de empresas que se instalaram na cidade, os novos empregos que foram criados e o crescimento da população, evidentemente, ampliaram o fenômeno”. (João Frizo - programa de estágio)

 

 

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