Buscar no Cruzeiro

Buscar

Dia a dia nas ruas

Quem trabalha ao ar livre precisa de proteção em dobro

10 de Setembro de 2024 às 22:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Os motoboys Gleison e Yuri enfrentam o sol usando capacete e ingerindo o máximo de água possível
Os motoboys Gleison e Yuri enfrentam o sol usando capacete e ingerindo o máximo de água possível (Crédito: JOÃO FRIZO (10/9/2024))


A combinação de temperaturas elevadas e ar extremamente seco — com umidade relativa do ar abaixo de 25% — dos últimos dias têm causado diversos desconfortos à população, como cansaço, secura na garganta e irritação nos olhos. Mas são os trabalhadores ao ar livre que enfrentam as maiores dificuldades diante dessa situação.

O calor elevado provoca inúmeros problemas à saúde, desde desconforto pelo suor liberado e desidratação excessiva até problemas cardíacos, como arritmia. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência parceira da Organização das Nações Unidas (ONU), 2024 está sendo o mais quente em 174 anos.

Motoboys, seguranças, pintores e carteiros são apenas alguns exemplos de profissionais que, por conta da natureza de suas funções, passam longas horas expostos ao calor intenso e à baixa umidade. Esses trabalhadores relatam que o clima afeta diretamente a saúde e o bem-estar.

 

Desafios do dia a dia

O calor intenso e a falta de umidade no ar têm levado esses trabalhadores a adotar estratégias para minimizar o desconforto e os riscos da saúde. Segundo profissionais da área de saúde, a hidratação é uma prioridade. Motoboys, por exemplo, frequentemente carregam garrafas de água e fazem pausas regulares para se reidratar. “A garrafa de água sempre anda comigo, toda hora paro e bebo um gole. E quando acaba vou a um estabelecimento e peço para encher”, afirma Yuri Jorge, motoboy que realiza entregas em áreas urbanas. “Bebo água sempre que paro a moto em local de sombra para esperar um pedido que vai sair”, completa.

 

Secura e a poluição

A secura do ar não é o único problema enfrentado. As queimadas e a poluição atmosférica agravam a situação, tornando o ar ainda mais carregado e prejudicial. Isso se traduz em mais irritação na garganta e em problemas respiratórios. “O ar está muito poluído; eu sinto isso na garganta, ao final do dia”, comenta Gleison de Souza. Ele ressalta que, com o calor intenso e o ar seco, o ressecamento da boca e da pele é visível. “O capacete ajuda bastante a proteger do sol, mas o tempo seco não dá para evitar, a boca e a pele ficam ressecadas”, finaliza.

 

Lidando com o calor

Diante das dificuldades, esses profissionais adotam diversas estratégias para enfrentar o calor e a secura. O segurança Haroldo César, que trabalha em uma rua no bairro Campolim, diz que a sombra é essencial. “Procuro ficar o máximo possível debaixo de árvores ou de alguma cobertura. Antes de sair de casa passo o protetor solar”, conta. Para ele, a hidratação é fundamental. “Estou sempre com uma garrafa de água por perto”. Haroldo reclama da poluição que está afetando o Estado de São Paulo. “Esse ar poluído acaba embaçando a minha visão, dificultando para enxergar”, completa.

 

Riscos à saúde

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, a exposição prolongada ao calor e à baixa umidade pode trazer sérios riscos à saúde. Desidratação, insolação e agravamento de problemas respiratórios são apenas alguns dos efeitos a que esses profissionais estão sujeitos.

Essas condições podem impactar a saúde de toda a população, em especial as pessoas mais vulneráveis. Os principais sinais de alerta são transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náusea, dor de cabeça, cãibra muscular e diarréia.

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que as altas temperaturas e o ar seco continuem por mais alguns dias, agravando ainda mais a situação para esses trabalhadores. A recomendação é que, sempre que possível, os profissionais façam pausas em locais frescos e se mantenham hidratados. (João Frizo - programa de estágio)

 

Recomendações

- Use protetor solar. Exposição ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha, sensível e até com bolhas;
- Proteja as crianças com chapéu de abas;
- Use roupas leves e que não retêm muito calor;
- Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados;
- Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
- Faça refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;
- Mantenha ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.

 

 

Galeria

Confira a galeria de fotos