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Saúde

Covid continua a causar mortes em Sorocaba

Doença é endêmica e infectologista recomenda reforço na vacinação

20 de Setembro de 2024 às 23:19
Thaís Marcolino [email protected]
Vacinação contra Covid-19
Vacinação contra Covid: reforço da imunização caiu (Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O estado pandêmico para o coronavírus foi encerrado no ano passado e, apesar dos índices caírem, é comum a confirmação de casos e mortes pela doença. Nesta semana, em Sorocaba, foram registrados seis óbitos que ocorreram entre agosto e setembro. Tal situação pode ser estranha para a população, mas não é novidade para os especialistas, que relacionam agora a Covid-19 como uma doença endêmica (quando tem recorrência em uma região, mas sem aumentos significativos).

“Já era esperado que a Covid-19 se tornasse endêmica, até pela característica do próprio vírus. Ele é de um tipo que não estabelece um estado de imunidade permanente. Então, não é uma doença que pega uma vez e nunca mais, é possível que pegue mais de uma vez”, explicou a médica infectologista Naihma Salum Fontana. “O Sars-Cov-2 é um vírus extremamente mutável e é assim que ele consegue se propagar, a fim de continuar com essa disseminação”, complementa.

Conforme a especialista, há ainda a possibilidade de várias pessoas serem infectadas e apresentarem quadro assintomático. Com isso, o vírus continua circulando e afetando a população, até mesmo para quem tomou as vacinas. “Mesmo o paciente vacinado, ele pode pegar Covid e transmitir porque o que a vacina sempre nos prometeu foi reduzir hospitalização, Covid grave e, principalmente, reduzir óbito. E isso aconteceu na fase mais crítica”, esclareceu Naihma.

Sobre a vacinação, em Sorocaba, a população compareceu em massa aos postos de saúde para iniciar o ciclo vacinal, mas para completar ou reforçar a imunização a ida caiu drasticamente. Pouco mais de 24% dos sorocabanos compareceram às Unidades Básicas de Saúde para tomar a quarta dose. Por ser um vírus de fácil mutação, o lote disponível agora, segundo a Prefeitura de Sorocaba, é o da Moderna (XBB). “Mesmo não tendo uma eficácia ótima, ela protege porque o XBB ainda circula, apesar das novas cepas que estão surgindo, então é extremamente importante que a população se mantenha vacinada”, opina a médica infectologista.

Com o reaparecimento de casos e mortes, o uso de máscaras volta a ser assunto. Segundo a dra. Naihma, o uso de máscaras deve ser estimulado por pessoas que estão com sintomas respiraótios. “Essa etiqueta respiratória nunca pode ser abandonada, independente de circulação viral ou não, de surto ou não, porque uma pessoa que está portando um vírus, ela tem que ter a decência, a compostura de proteger suas vias aéreas para não passar para o próximo. Isso é um ato de cidadania, ao meu ver”, diz. “Pacientes, pessoas imunossuprimidas, gestantes, puérperas, idosos, ou portadoras de comorbidades devem máscara em ambientes aglomerados para proteção individual para evitar um adoecimento mais grave”, finaliza a infectologista.

 

 

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