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Cotidiano

Volta do horário de verão divide opiniões

Governo federal avalia se vai retomar a medida para reduzir consumo de energia em horário de pico

24 de Setembro de 2024 às 22:35
Vinicius Camargo [email protected]
Se os relógios forem adiantados em uma hora haverá mais tempo de iluminação natural para tarefas do dia a dia
Se os relógios forem adiantados em uma hora haverá mais tempo de iluminação natural para tarefas do dia a dia (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO (23/9/2024))


A possibilidade de retorno do horário de verão — extinto desde 2019 — divide opiniões entre os sorocabanos. Alguns consideram que adiantar o relógio em uma hora permite aproveitar melhor o dia e oferece mais segurança na volta para casa após o trabalho. Outras pessoas discordam da medida, pois teriam de acordar ainda mais cedo. Há também quem já está acostumado a levantar da madrugada e, por isso, é indiferente à decisão de se adiantar os relógios em uma hora ou não.

O regresso do horário diferenciado foi recomendado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), entidade responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia. O governo federal ainda avalia.

Segundo o ONS, o objetivo é garantir a segurança do fornecimento de energia no País, já que o prolongamento da estiagem tem afetado a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Ainda de acordo com o ONS, a seca exige o acionamento frequente das termelétricas, gerando aumento na conta de luz. Com a medida, a mobilização dessas usinas diminuiria.

Favorável à mudança, a diarista Larissa Jaqueline Aparecida da Rosa Venceslau, de 29 anos, aponta pontos positivos e negativos. Acordar mais cedo é ruim, mas ela se sente mais segura para ir embora das residências onde trabalha. “É melhor, porque está de dia ainda. À noite, é muito perigoso, porque está tendo muitos roubos.”

Larissa também acredita ter mais tempo para as tarefas domésticas. Por outro lado, a hora demora para passar enquanto está trabalhando, diz ela.

O aposentado João Monteiro, de 59 anos, concorda com a medida, mas com ressalvas. Como anoitece mais tarde e o dia se prolonga, ele consegue realizar mais programas externos de lazer. Porém, o ajuste no relógio afeta a qualidade do seu sono. Além disso, o sorocabano não vê alteração no valor da tarifa de energia.

De acordo com Monteiro, devido às mudanças climáticas o calor permanece durante o dia todo, com ar-condicionado e ventilador mais tempo ligados. Para ele, com o aumento do período de claridade, o uso desses equipamentos aumentaria e, consequentemente, o consumo de energia também. “Você acha que vai reduzir a conta? Vai aumentar mais ainda”, considera.

Contrária ao horário de verão, a vendedora Gessilda Dourado, de 63 anos, não nota qualquer redução na tarifa. Ela ainda critica o fato de poder dormir menos, sendo que já tem poucas horas de sono. “Eu levanto às 5h e teria que levantar às 4h.”

O radialista Decio Clementino, de 69 anos, não possui opinião formada. Segundo ele, como é acostumado a acordar de madrugada, por causa do seu programa, a sua rotina não muda com ou sem a alteração. “Levanto às 2h da manhã há 40 anos”, conta. (Vinicius Camargo)

 

 

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