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Eleições 2024

Abstenção do voto aumenta 46% em Sorocaba

Dados são referentes ao primeiro turno das eleições municipais, que aconteceu no dia 6 de outubro

08 de Outubro de 2024 às 22:04
Vinicius Camargo [email protected]
Juiz eleitoral José Elias Themer faz uma análise sobre o desinteresse do eleitor
Juiz eleitoral José Elias Themer faz uma análise sobre o desinteresse do eleitor (Crédito: ARTHUR BRANÇAM MANOEL 07/10/2024)

A abstenção nas eleições municipais 2024 aumentou 46% em Sorocaba, em comparação com 2020. Dos 527.772 eleitores neste ano, 391.918 (74,26%) o fizeram e 135.854 não (25,74%). Há quatro anos, quando havia 513.603 munícipes aptos a votar, 420.665 foram às urnas (81,90%) e 92.938 não (18,10%). O índice local de abstenção está acima do percentual do Estado de São Paulo, de 25,3%. O levantamento foi feito pelo Cruzeiro do Sul, com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No último domingo (6), a eleição teve o total de 391.918 votos. Para prefeito, houve 356.709 válidos (91,02%), 22.318 nulos (5,69%) e 12.891 brancos (3,29%). Para vereador, foram 339.367 válidos , 24.751 nulos (6,32%) e 27.795 brancos (7,09%).

Desinteresse

Segundo o advogado especialista em gestão pública Luiz Antonio Barbosa, tanto as abstenções quanto votos brancos e nulos crescem a cada eleição. E o cenário, completa ele, é o mesmo em todo o Brasil.

Para Barbosa, em Sorocaba, os principais motivos foram a falta de disputa eleitoral — devido à pouca diversidade de candidatos — e de propostas concretas.“O eleitor está se afastando da política e isso é ruim, porque começa a se criar uma situação de desesperança. As pessoas não estão mais acreditando em propostas, no político”, analisa.

O juiz eleitoral José Elias Themer concorda. De acordo com ele, o desinteresse pode estar relacionado às frequentes denúncias envolvendo política, em todas as instâncias. O magistrado diz que isso abala “a credibilidade das instituições e das pessoas que nelas atuam, o que acaba resvalando nas eleições municipais”.

Voto é importante

Themer reforça a importância de ir às urnas, pois o eleitor tem o poder de escolher quem vai governar por ele e por toda a população. Nesse sentido, Barbosa destaca que o voto precisa ser visto como instrumento de mudança. “Nós podemos melhorar o Brasil participando da vida política”. Ainda segundo ele, não basta comparecer à eleição; depois, é preciso acompanhar as ações dos eleitos e cobrá-los.

 

Como regularizar a situação eleitoral?

 

Quem não compareceu ao primeiro turno deve justificar a ausência em até 60 dias. O procedimento pode ser feito pelo e-Título, pelo Sistema Justifica — disponível nos sites do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) —, nos cartórios ou nas Centrais de Atendimento ao Eleitor. É preciso anexar ou apresentar documentos que comprovem a impossibilidade de votar.

Não regularizar a situação resulta em multa. A pessoa que não for às urnas e não apresentar a justificativa por três turnos tem o título cancelado. Sem o documento, é proibido participar de concursos públicos; emitir passaporte e RG; fazer ou renovar matrícula em instituições de ensino governamentais; obter empréstimo em bancos públicos, dentre outras consequências.