Assustador
Sorocabanas na Flórida relatam passagem do furacão
"Foi uma das piores experiências que tivemos", disse Gabriele Silva
“Foi uma das piores experiências que tivemos na nossa vida aqui”. É assim que a empresária Gabriele Silva, de 35 anos, define a passagem do furacão Milton pela Flórida, nos Estados Unidos, na noite de quarta-feira (9) e madrugada de ontem (10). Naturais de Sorocaba, ela e o marido, o também empresário Flávio Silva, de 52, moram na cidade de Tampa há um ano. A região foi uma das mais afetadas. O casal já enfrentou os furacões Helene, em setembro de 2024, e Beryl, entre junho e julho. Mas, segundo eles, o Milton foi mais intenso e assustador. Os dois conversaram ontem com o Cruzeiro do Sul por videochamada.
De acordo com Gabriele, Milton o furacão atingiu o Estado acompanhado de tornados. Os ventos quebraram vidros de casas. Houve quedas de árvores, inclusive sobre residências, assim como de placas e postes. Alagamentos e falta de energia foram outras consequências. Veículos viraram e foram arrastados pelas enchentes. A brasileira conta que embora seja à prova de furacão a sua residência balançou bastante devido à intensidade dos ventos. Para evitar grandes danos, o casal colocou móveis nas portas e janelas. Mesmo com a casa tendo proteção, os sorocabanos não dormiram a noite toda. “Foi cena de terror mesmo”, resume Gabriele. Conforme Flávio, os estragos foram maiores na região central de Tampa.
Após o anúncio do furacão, os sorocabanos estocaram água e comida enlatada, que depois acabaram nos supermercados. Também não havia gasolina nos postos. A falta do combustível foi um dos motivos pelos quais eles não foram para o Estado da Geórgia, como fizeram alguns dos seus vizinhos.
Orlando
A empresária Juliana Lopizi Matias, de 45 anos, mora em Orlando há 21 anos. Conforme a sorocabana, a força do furacão foi menor na região, pois ele passou por lá na categoria 1. Mesmo assim, causou estragos. “Tem muita gente sem energia. Aqui, no meu condomínio, metade (das casas) está sem. O lago do condomínio transbordou. Deve ter muitas ruas alagadas, muitas árvores caídas”, relata. “Na cidade de Saint Lucie passou um tornado que fez um estrago tremendo. Até uma caçamba de lixeira foi parar no telhado de uma casa.”
De acordo com Juliana, na noite de quarta-feira (9) houve toque de recolher. A determinação durou até as 5h madrugada (3h, no horário de Brasília) de ontem. Apesar do fim do momento mais crítico, informa ela, autoridades pediram para a população ficar em casa, pois ainda havia perigo nas ruas devido aos cabos de alta tensão e árvores caídas.
Segundo autoridades locais, cidades ficaram alagadas e mais de três milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica. (Colaborou Thais Marcolino)
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