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Furtos

Pessoas em situação de rua invadem casas na Vila Jardini

11 de Novembro de 2024 às 22:12
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Câmeras registram furtos. Artefatos metálicos seriam revendidos em ferros-velhos
Câmeras registram furtos. Artefatos metálicos seriam revendidos em ferros-velhos (Crédito: REPRODUÇÃO / CÂMERA DE SEGURANÇA)

 

Moradores da Vila Jardini, perto da região central de Sorocaba, pedem mais segurança no bairro, principalmente nas ruas Cantídio de Moura Campos, Berlarmino Moraes Arruda, Eulófia Mora Vieira, Abolição e Francisco Ângelo. Segundo eles, há dezenas de pessoas em situação de rua vivendo na região e invadindo casas. Moradores do bairro estariam, ainda, sendo ameaçados. Para alertar uns aos outros sobre os riscos, foi criado um grupo no WhatsApp com mais de 90 pessoas. Câmeras de segurança têm registrado furtos e invasões.

Marcia França Santana, de 57 anos, disse que teve a casa invadida três vezes em menos de um ano. Os criminosos já levaram tubulações de gás natural, registro de água e torneira. “Sem contar que ficamos muito inseguros à noite. Chega um horário que não temos segurança para andar na rua. Se ficar aqui durante 20 minutos, passam de 5 a 6 pessoas com um saco nas costas, mas esse saco é só para disfarçar para depois voltar e fazer o serviço deles. Aqui na rua não tem quem ainda não tenha sido vítima.”

Outra vítima é Fernando Breda, de 45 anos. Há cerca de duas semanas o policial afastado foi ameaçado em frente a sua casa. “Eu disse que ele estava tentando entrar na casa da frente e quando a pessoa saiu ele se fez de coitado. Eu saí, fui ao lado dele e falei: ‘Eu quero que você saia daqui’. Ele ficou bravo, se alterou e começou a gritar. [...] Começou a bater no lixo, falou que ia pôr fogo em tudo e fez sinal de arma, disse que ele ia me matar”, relata.

Breda contou que acionou a Polícia Militar, mas nada ocorreu. Agora, fica a preocupação com a segurança da família. “Outro dia minha esposa saiu com o carro e ele ficou a encarando, porque ele sabe onde eu moro e sabe qual é o carro. Então, eles não têm medo”, acrescentou.

Ainda conforme os moradores, o problema acontece há mais de um ano. Karin Cristina Miguel, de 38 anos, acredita que parte da situação se deve aos ferros-velhos clandestinos instalados na região. “Muitos foram fechados, mas ainda tem bastante que está aberto”.

Além disso, os contêineres de lixo são revirados, deixando sujeira nas calçadas. Outra questão destacada pelos moradores é sobre a atuação de uma igreja no bairro. Conforme a população local, a instituição oferece café da manhã aos fins de semana em uma praça, o que tem aumentado o movimento de pessoas em situação de rua. De acordo com os moradores, o problema é que muitos não pedem doações, mas invadem as residências. Assim, eles conversaram com os responsáveis da entidade para realizar a ação na própria sede da igreja, ao invés da praça. “Essa igreja está fazendo isso todo domingo. Já foi conversado com os administradores da igreja, já foi conversado com o responsável da igreja, que falou que ia tomar providências”, disse Karin.

De acordo com os moradores, raramente há ronda da Polícia Militar na região. Assim, eles pedem mais policiamento e medidas da prefeitura. “Eu acho que tem de dar uma reforçada, porque está muito devagar. Quando chama a polícia, demora meia hora, 45 minutos. Eu entendo que o policiamento está muito baixo em Sorocaba, eles não têm pessoas suficientes, mas acredito que a Guarda Civil Municipal (GCM) deveria ter mais autoridade, principalmente a Romu (Ronda Ostensiva Municipal)”, finalizou Fernando Breda.

O Cruzeiro do Sul entrou em contato com o responsável pela igreja citada pelos moradores na reportagem, mas não obteve retorno.

PM

Em nota, o 7º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) informou que o policiamento na região foi intensificado com ações conjuntas entre a PM e órgãos municipais, incluindo a fiscalização de ferros-velhos, com o objetivo de reduzir os indicadores criminais no bairro.

A Polícia Militar reforça a importância da atenção dos moradores, especialmente em situações de risco. Antes de entrar ou sair de casa, recomenda-se que verifiquem a presença de pessoas suspeitas nas proximidades do portão e, em caso de qualquer emergência, utilizem o telefone para acionar o número 190. “A Polícia Militar solicita à população que registre ocorrências formalmente, pois o planejamento do policiamento é baseado tanto em análises quantitativas, com base nos Boletins de Ocorrência, quanto em análises qualitativas, obtidas em reuniões com moradores, como as do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), Programa Vigilância Solidária (PVS) e no serviço 181 (disque-denúncia).”

Prefeitura


A Prefeitura de Sorocaba informou que mantém equipes da Guarda Civil Municipal (GCM) atuantes 24 horas por dia, realizando o patrulhamento preventivo nos espaços e prédios públicos para segurança do patrimônio e população. “Mesmo sendo a Polícia Militar responsável pelo policiamento ostensivo, a GCM está atenta e acompanhando de perto as demandas, dando sempre apoio às ações da PM, antecipando a questões de segurança e adotando medidas de inteligência e preventivas”.

Conforme a administração municipal, este ano a GCM realizou 309 atendimentos na Vila Jardini, sendo 258 ações preventivas e 51 ocorrências.

“Quanto à Operação Ferro-velho, sobretudo para combater casos de receptação e inibir furtos em todas as regiões da cidade, ela tem sido realizada frequentemente e as ações vão prosseguir. Os locais vistoriados são definidos a partir de denúncias e informações apuradas pelos fiscais”. De acordo com a prefeitura, 183 ferros-velhos foram fiscalizados em 2023 durante operações semelhantes, em todas as regiões da cidade. Desses, 79 foram notificados, 51 multados, três interditados temporariamente e um de maneira definitiva. Em 2024, até 6 de novembro, 152 pontos foram fiscalizados, sendo emitidos cerca de 80 autos de infração, entre multas e notificações, e 12 interdições.

O Executivo informou que outra iniciativa é a continuidade da Operação Delegada, via convênio com o governo estadual, com a atuação de policiais militares nos horários livres da escala de trabalho, atuando como agentes do serviço público municipal, de forma a dar sequência às operações conjuntas. A prefeitura ressalta ainda a atuação de agentes do programa Humanização, com ações diárias de abordagem social, inclusive na região da Vila Jardini, de maneira integrada com a GCM, e que devem intensificar o trabalho nesse local. (Da Redação)

 

 

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