Saúde
Conferência destaca projeto sorocabano sobre câncer
Desde março deste ano, a rede pública de saúde de Sorocaba passou a contar com um novo procedimento ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um método de rastreamento do câncer de colo de útero por genotipagem para Papilomavírus Humano (HPV).
Com o novo serviço, em torno de mil testes de biologia molecular estão sendo realizados. Os dados obtidos com esses testes também foram utilizados em uma pesquisa mais ampla sobre a genotipagem do HPV, que tem como objetivo a implementação do método futuramente a fim de fortalecer à política pública de saúde da população.
O resultado com dados parciais está sendo apresentado no Congresso Internacional IPV 2024 Edimburgo, na Escócia, que acontece entre os dias 12 e 15 de novembro. “A pesquisa também será vinculada ao Instituto Butantã e já tem apoio da World Health Organization (WHO-IARC)”, conta o professor-doutor Marco Antônio Zonta, biomédico e representante da Inside Diagnósticos, laboratório responsável pelo serviço no município, que está na Conferência. O estudo também contará com apoio de membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), que considerou o trabalho como vitrine para o SUS/Brasil.
“A participação é um motivo de orgulho para Sorocaba, que é o único município do Estado de São Paulo a ofertar o serviço”, destaca o secretário da Saúde, Cláudio Pompeo. No Brasil, rastreamento por genotipagem também é realizado nos Estados do Alagoas, Piauí e Rio Grande do Sul. O método permite que as mulheres portadoras do vírus sejam identificadas antes mesmo de terem lesões, enquanto o método tradicional permite geralmente a identificação somente após o aparecimento das feridas.
Sendo assim, enquanto política pública implementada, o serviço ofertado traz ganhos enormes, evitando que a saúde das mulheres seja comprometida com evolução da doença, melhorando qualidade de vida, bem como de índices de morbidade e mortalidade, diminuindo a necessidade de internações, cirurgias, tratamentos e exames invasivos.
Este método também permite que as mulheres identificadas com exame negativo, somente necessitem realizar o teste novamente após cinco anos, em vez de periodicidade anual ou bianual como é com o método tradicional, contribuindo para desafogar a rede, diminuindo filas de espera para realização dos exames.
Essa experiência também contribui para dados consistentes da população de Sorocaba, com georreferenciamento, permitindo identificar as localidades com maior índice de infecção pelo HPV, propiciando intensificar políticas públicas nesses locais, como campanhas para a vacinação contra o HPV e ampliação da oferta de exames. (Da Redação, com informações da Prefeitura de Sorocaba)