Cesta básica
Pesquisa aponta diferença de até 227% nos preços de supermercados
Estoque, margens de lucro e custos são principais motivos para variação de valores
Pesquisa conduzida pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso) apontou discrepâncias significativas nos preços de produtos básicos em supermercados. Os dados, coletados nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, por meio dos sites dos estabelecimentos, mostram variações que ultrapassam os 200%, dependendo do produto e do estabelecimento.
Para o economista Marcos Canhada, o comparativo de valores divulgado semanalmente pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso) “é um instrumento de informação para a sociedade sorocabana acompanhar a diferença de preços em um conjunto de itens básicos de alimentação, higiene e limpeza”. O procedimento é feito a partir da coleta de preços em um conjunto de supermercados estabelecidos na cidade, após tabulação de dados apresentados à uma planilha mostrando o maior, o menor preço e a diferença entre eles e também apontam os estabelecimentos que apresentam o menor preço.
Entre os destaques, o preço do quilo da batata teve uma diferença impressionante de 227% entre o maior (R$ 12,90) e o menor valor (R$ 3,95). Já o vinagre de álcool da marca Castelo apresentou uma variação de 207%, sendo vendido entre R$ 2,08 e R$ 6,39.
Critérios
De acordo com Canhada, responsável pelo levantamento, a análise comparou os preços dos itens mais procurados em plataformas de supermercados on-line, com foco em produtos básicos de alimentação, higiene e limpeza. “Os mercados foram selecionados com base na presença on-line e no alcance na região de Sorocaba. Monitoramos produtos com marcas específicas, mas também aqueles sem definição de marca, como frutas, legumes e carnes”, explicou.
“As diferenças apontadas são costumeiramente muito elevadas e isso se deve a alguns fatores, na concorrência entre os supermercados, tais como: políticas de preços, promoções, estoques disponíveis, margem de lucro e custos operacionais”, diz o economista. Portanto, segundo ele, a diferença elevada é uma característica em um sistema concorrencial, cabendo aos consumidores perceber a importância da pesquisa antes e durante o processo de compra destes itens básicos para as famílias sorocabanas.
Variação
Os itens alimentícios lideraram o ranking de maiores variações. Além da batata e do vinagre, destacam-se: salsicha Seara (1 kg), variação de 181% (de R$ 9,90 a R$ 27,80); cebola (1 kg), diferença de 121% (de R$ 2,69 a R$ 5,95); carne suína tipo paleta (1 kg), variação de 96% (de R$ 17,99 a R$ 35,24).
Produtos de higiene também apresentaram diferenças significativas, como o absorvente da marca Sempre Livre, que variou 123% (de R$ 3,14 a R$ 6,99), e o desodorante Giovanna Baby, com uma discrepância de 80% (de R$ 4,99 a R$ 8,99).
Marcos Canhada ressalta que a dinâmica dos mercados pode contribuir para essas diferenças. “Os custos operacionais e estratégias de precificação variam entre lojas físicas e plataformas digitais. Além disso, a ausência de tabelamentos claros para alguns produtos frescos, como frutas e legumes, amplia as discrepâncias”, afirmou.
A pesquisa reforça a importância de comparar preços antes de finalizar a compra. Sites de supermercados fornecem informações detalhadas sobre os valores e promoções vigentes. “A economia pode ser significativa, especialmente para famílias que compram em grande volume”, diz o economista. (João Frizo
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