Orçamento
Cesta básica tem maior alta mensal do ano
Aumento foi de 3,97% em Sorocaba, no mês de novembro, conforme pesquisa realizada pela Uniso
O preço da cesta básica não para de subir em Sorocaba. Em novembro, a alta foi significativa, de 3,97% em relação a outubro, passando de R$ 1.089,16 para R$ 1.132,40 — o maior aumento percentual desde abril de 2022. No acumulado de 2024, o preço da cesta subiu 9,87%, bem mais que a inflação do período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) que foi de 4,24%. Já em comparação com novembro de 2023, a cesta básica na cidade ficou 11,10% mais cara.
A pesquisa do Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso) apontou que é o terceiro mês consecutivo de aceleração no preço da cesta básica, principalmente pela elevação do preço de alimentos essenciais, como a proteína bovina, óleo de soja, batata e café. Dos 34 itens que compõem a cesta básica de Sorocaba, 22 registraram aumento de preço em novembro, dois mantiveram-se estáveis e 10 apresentaram queda.
Entre os alimentos com maiores altas está a batata: o quilo subiu 11,03%, passando de R$ 7,80 em outubro para R$ 8,66 em novembro. O óleo de soja aparece em seguida, com aumento de 10,85%, de R$ 6,73 para R$ 7,46. O vinagre também aparece na lista entre os alimentos mais caros. O item teve elevação de 10,74%, passando de R$ 2,70 para R$ 2,99. As carnes bovinas e o café seguem a mesma tendência. A média de preço do quilo da carne de primeira era de R$ 41,15 em outubro e passou para R$ 44,95 em novembro, um aumento de 9,23%. O quilo da carne de segunda, que custava em média R$ 30,06, foi para R$ 32,62 — 8,52% de elevação. Já o café (500 gramas) teve alta de 6,66%, passando de R$ 21,02 para R$ 22,42.
Ainda conforme a pesquisa, a maior queda de preço foi constatada no quilo da cebola, que teve redução de 12,93%, passando de R$ 5,04 para R$ 4,43. As demais quedas ocorreram com a farinha de trigo (1 kg), que ficou 3,48% mais barata, indo de R$ 5,74 para R$ 5,54, e com o alho (200 g), que teve queda de 2,15%, passando de R$ 8,82 para R$ 8,63.
Paulo Ricardo de Oliveira, economista delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon) em Sorocaba, explica que os motivos para o aumento desses alimentos da cesta básica são diversos; entre eles estão as mudanças climáticas, com chuvas intensas em curtos períodos após a estiagem; o aumento de custos de produção, como fertilizantes e combustíveis para a produção de alimentos e a oscilação do câmbio em relação aos produtos importados.
Festas
Além disso, as festas de dezembro contribuem para a alta dos preços. “A aproximação das datas de festividades do fim do ano, mais dinheiro devido ao 13 salário, a procura mais por proteínas como carnes por exemplo... É a lei da oferta versus demanda”, ressalta Oliveira.
Seguindo a mesma tendência, o mês de dezembro não deve ser diferente e o sorocabano deve ter uma ceia de Natal mais cara, observa o especialista. “A expectativa é de que seja 9% mais cara que em 2023, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor — IPC (Fipe)”.
Para tentar economizar, o consumidor tem a opção de substituir alguns produtos. A carne de primeira pode ser substituída pelo peixe, que em novembro custava em média R$ 38,19 o quilo. A carne de segunda, pela carne suína, que fechou o mês em R$ 26,84 o quilo. Já a batata pode ser substituída pela mandioca, que custava em novembro R$ 3,90 o quilo.
Outra dica é pesquisar. “Além daquele supermercado tradicional, procurar itens nas feiras livres, do produtor ou em atacarejos, pois hoje conseguem atender também a pessoa física comum”, diz o economista.
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