Rotisserias e chefes de cozinha costumam receber muitas encomendas de pratos especiais para o Natal. Além do feriado, em dezembro também tem muitas confraternizações entre amigos e colegas de trabalho que aumentam a demanda.

Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, Luciano Antoneli Ribeiro, de 38 anos, conta sobre o aumento nas demandas nesse período. “Além de servirmos as encomendas da ceia, também tem os pedidos que o pessoal leva nas confraternizações, mas, principalmente, a partir do dia 17 que se intensifica, a gente divulga o cardápio desde o dia 1º de dezembro, mas é a partir do dia 18 que começa a bater o desespero nas pessoas.”

Com o aumento no trabalho, os comerciantes precisam contratar novos freelancers para dar conta das demandas. “Dezembro é um mês de muito freelancer, principalmente para os eventos, aqui hoje eu coloco em torno de três, fora os funcionários registrados, para auxiliar na produção e preparação, eles vão acompanhar até o dia 24 e depois dia 31 também”, explica.

Devido a tantos pedidos, as rotisserias precisam de muita organização, geralmente elas divulgam os cardápios no final de novembro e realizam as encomendas até o da 17 de dezembro. No dia 22, compram todos os produtos; no dia 23, os cozinheiros deixam as comidas no tempero e, no dia 24, realizam as entregas.

Apesar de todo o planejamento, muitas pessoas esquecem de encomendar com antecedência e procuram as rotisserias na véspera do feriado, por isso, os cozinheiros fazem pratos a mais por precaução. “Nós sempre fazemos um pouco a mais, porque a gente sabe que no dia 24 alguém passa principalmente para comprar uma sobremesa, que acaba esquecendo”, diz.

Entre os principais desafios, a procura por produtos de qualidade com um preço justo, segue sendo a maior preocupação de quem trabalha com encomendas. “O grande desafio é achar qualidade com preço bom, o segundo desafio é você entregar o produto na porta do cliente, com conforto, segurança e higiene. Fora que pode ser uma refeição que muitas pessoas julgam ser a mais importante do ano, elas esperam por esse momento, então tem a preocupação de que tudo seja entregue de forma correta”, destaca.

Para Priscila Rodrigues de Souza, de 47 anos, a ceia de Natal, é uma das refeições mais importantes do ano. Ela explica o motivo de realizar as encomendas. “Porque não dá tempo, nós já estamos decorando a casa, cuidando da família. Eu gosto de aproveitar lá em casa, em vez de ficar cozinhando, prefiro fazer a encomenda, que é mais prático.” Além da praticidade, a empresária também afirma não saber preparar pratos elaborados. “No meu caso, eu não sei fazer pratos enfeitados. Eu faço comida do dia a dia, mas essas eu não sei fazer, um bolo bonito, com frutas, com açúcar refinado. Para o Natal, é válido uma coisa mais especial.”

Os pratos mais pedidos

Entre os pratos mais pedidos nas rotisserias estão a costelinha barbecue, leitoa, chester, bacalhoada portuguesa e sobremesa. Os preços variam bastante, desde kits com prato principal, acompanhamento e a sobremesa, de 1.280 reais, que servem até quatro pessoas, a um prato de maionese de 39,90 reais o quilo, por exemplo.

Luciano Antoneli Ribeiro fala sobre a diferença entre as encomendas do Natal e do Ano Novo. “No Natal, tem muita encomenda de chester e peru, e, no Ano Novo, não. Existe muita superstição, por exemplo, muitas pessoas que acham que não devem comer animal que cisca para trás e acaba que precisa adaptar, então na ceia do dia 31 nós não colocamos as aves porque a gente sabe que não vende. Sai mais pratos à base de peixe, filé mignon; já no dia 24, carne de porco e ave são os mais pedidos.”

O comerciante recomenda que no ano que vem as pessoas que desejam encomendar façam os pedidos no máximo até o dia 14, para não correr o risco de ficar sem os produtos.

Cozinha vegana

Pessoas veganas também realizam pedidos para essa época do ano. A chefe Thalita de Paula Machado, de 39 anos, conta sobre as demandas de comida vegana. “A demanda no final de ano sempre aumenta bastante, principalmente assados, a gente tem o cardápio de sobremesas, entrada, acompanhamentos, mas o que mais sai mesmo são os assados, que no caso são rocambole, seitan ao molho madeira e polpetta recheada de queijo vegano.”

Assim como uma cozinha tradicional, a vegana precisa ainda mais de planejamento. “Geralmente, eu pego o pedido até uma semana antes, este ano as encomendas antecipadas foram até o dia 17 de dezembro. Depois até tem, mas é pronta entrega, o que tem disponível, justamente para ter uma organização, porque é uma cozinha vegana, não são em todos os supermercados que a gente encontra os igredientes.”

Além da dificuldade em encontrar os produtos, para Thalita o atendimento também foi um desafio em 2024. “Este ano em especial, o problema foi o atendimento, porque antes eu ficava focada na cozinha, mas este ano eu também estou atendendo.”

Especialmente para o Natal, os pratos são apenas retirados. “Eu não faço entrega, porque é bastante quantidade, de moto, às vezes, pode não caber ou até chegar danificado, então, para garantir que vai chegar tudo certinho, eu prefiro que seja só retirada.” As entregas são realizadas na véspera, até às 14 horas. Entre os valores, há pratos de 70 reais a150 reais. (Lavínia Carvalho - programa de estágio)