A locação de imóveis para o fim de ano e, provavelmente, para as férias de janeiro no litoral norte, centro e sul está até 78% mais barata neste ano em comparação com 2023. As informações foram divulgadas pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP). No ano passado, apartamentos de um dormitório no Litoral Norte tinham diárias de aluguel a R$ 1.466. Hoje, o interessado está pagando R$ 316 por dia. Os valores foram obtidos em consulta com 60 imobiliárias dessas regiões.

Conforme a pesquisa do CreciSP, ainda no Litoral Norte, em Caraguatatuba e Ilhabela, por exemplo, todos os tipos de casas e apartamentos disponíveis para aluguel nas festas registraram queda no preço das diárias. Casas com dois dormitórios estão 18,66% mais em conta; com três dormitórios, -11,32%; e com quatro dormitórios, -35,82%. Também caíram os preços das locações/dia de apartamentos com dois dormitórios (-72,43%) e três dormitórios (-73,61%).

No Litoral Centro, em Santos, Guarujá e São Vicente, os preços das diárias foram contabilizados em percentuais que variam de 8,33% a 33,50%. Só apresentaram locações mais caras as casas com três dormitórios (21,90%) e com quatro dormitórios (83,33%). Mesmo assim, ainda há opções mais em conta nesta região para grupos maiores: os apartamentos de três e quatro dormitórios estão mais baratos (-8,33% e -33,50%, respectivamente).

No Litoral Sul, em cidades como Praia Grande e Peruíbe, casas e apartamentos de dois, três e quatro dormitórios apresentaram diárias mais baratas nesta época de festas na comparação com o ano passado. Casas com dois dormitórios, que em 2023 custavam R$ 3 mil/dia, atualmente, estão sendo alugadas por R$ 760/dia. Na mesma região, apartamentos com três dormitórios, que custavam R$ 2.750, agora saem por R$ 1.300.

O motivo

Conforme o presidente do CreciSP, José Augusto Viana Neto, houve redução nos valores, pois muitos proprietários preferiram alugar ao invés de usar o imóvel neste período. Assim, com uma demanda maior de casas e apartamentos à disposição, o valor diminui. “Quando a oferta aumenta e a procura é a mesma, a tendência do preço é cair”, afirma. “Esse mercado funciona assim: se a procura está grande, o preço sobe se não tem imóvel disponível. Agora se há muito imóvel disponível, mesmo com a procura grande, o preço cai.”

Ainda para o presidente do CreciSP, a tendência deve continuar nas férias de janeiro. “Se nós formos comparar os preços praticados em janeiro de 2024, com certeza em janeiro de 2025 vai estar bem mais baixo”, atesta. “Tem um fenômeno também muito importante no litoral que é a questão do trânsito. Muitos proprietários preferem não ir nesta época do ano, devido à dificuldade de acesso e de retorno. Aí, acaba alugando o imóvel e, com isso, o preço cai.”

José Augusto explica que a época é boa para negociar os preços. No entanto, o cliente deve prestar atenção em alguns detalhes, principalmente na localização do imóvel. “Esses preços que constatamos na pesquisa podem cair ou aumentar, mas da forma como está, quem vai ficar acima de três dias tem muita condição de poder negociar”, orienta.

Ele acrescenta que é importante, também, verificar antes o número de pessoas que podem entrar naquele imóvel, pois em apartamentos, muitos prédios estabelecem o número máximo de pessoas. “Chega lá um número maior do que aquele que é permitido, não vai entrar”, atesta. “Outra recomendação é verificar a distância que o imóvel está da praia, porque muita gente aluga um imóvel no litoral pensando que está perto da praia. De repente o imóvel está baratinho demais, mas fica do outro lado da praia ou em rua sem pavimentação, por exemplo.”