As crianças de Sorocaba terão vagas em unidades de ensino particulares enquanto aguardam a construção de creches no segundo mandato do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). A promessa foi feita, pelo próprio chefe do Executivo, em entrevista ao Cruzeiro do Sul. Conforme ele, a prefeitura deve abrir um chamamento público com a intenção de contratar vagas de escolas particulares para crianças em idade de creches e que, atualmente, não são atendidas pelo município. “Isso vai ser algo revolucionário”, afirma. Para tanto, pretende encaminhar, ainda na primeira semana de janeiro, um projeto de lei à Câmara de Vereadores.

Na entrevista ao Cruzeiro, Manga aproveitou ainda para fazer um balanço dos quatro primeiros anos no comando da prefeitura, além de apresentar outros projetos para o mandato que começa em 1º de janeiro de 2025 (próxima quarta-feira).

Rodrigo Manga tem 44 anos e nasceu em Sorocaba. É graduado em marketing e acumula experiência na indústria do varejo automotivo — foi vendedor de carros em uma loja localizada na região central. Começou na vida pública em 2012, aos 32 anos, ao se eleger vereador pela primeira vez. Em 2016 foi reeleito e, em 2020, foi eleito prefeito de Sorocaba.

Também ocupou o cargo de presidente da Região Metropolitana de Sorocaba por dois mandatos e hoje é vice-presidente de Políticas Contra as Drogas na Frente Nacional de Prefeitos. Agora, continua na cadeira do Executivo após receber, em 6 de outubro deste ano, 263.063 (73,75%) votos válidos.

Crianças com TEA

Outro anúncio feito ao Cruzeiro por Manga é a criação de um centro de referência para atendimento a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Nós vamos começar já em janeiro um centro de referência para atender crianças do espectro autista e seus familiares. Vai ser um modelo nacional. A Sirlange [Sirlange Maganhato, primeira-dama do município] foi trabalhar isso lá em Curitiba, também em Camboriú, e nós vamos trazer para Sorocaba”, detalha.

Outra meta para os próximos quatro anos, acrescenta, será agilizar a marcação de consultas médicas com especialistas, reformulando o atendimento prestado. “Nós vamos focar nas consultas de especialidades e nas cirurgias”, afirma. “Vamos conseguir porque agora arrumamos a casa com a construção do nosso hospital, com a telemedicina, que já está no processo licitatório, e com as novas contratações”, diz. “Queremos que as pessoas tenham um tempo justo. Não se pode esperar um ano e meio para conseguir uma cirurgia. Então, este é o foco que nós vamos ter na saúde e a saúde é a prioridade no município.”

Habitação

Outro ponto destacado pelo prefeito reeleito de Sorocaba é a moradia. Uma das propostas na primeira eleição, lembra, foi o Casa Nova Sorocaba, programa de habitação municipal. Segundo ele, trata-se de uma parceria com a iniciativa privada em que a prefeitura cede o terreno para que a empresa construa as casas e os apartamentos.

O projeto habitacional teria enfrentado uma série de barreiras. No entanto, após um parecer favorável,

segundo Manga, a iniciativa terá seguimento. “Nós temos sete empreendimentos já em andamento. Além disso, como conseguimos preparar esses terrenos que eram áreas institucionais, que é aquela área que o condomínio faz e deixa para o lazer, deixa para fazer algum equipamento público, mas que, com o tempo, fica um matagal, as pessoas jogam entulho e não usam. Então, nós pegamos essas áreas não só para o Casa Nova, mas para o Casa Paulista do Governo do Estado e para o Minha Casa Minha Vida do Governo Federal.”

Combate às enchentes

O prefeito reeleito de Sorocaba abordou os problemas que as enchentes causam à população. Disse que uma linha de crédito foi contratada e aprovada pela Câmara e pela Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 150 milhões, para um trabalho de macrodrenagem. O objetivo, complementa, é justamente minimizar os impactos com obras que devem começar entre janeiro e fevereiro.

“Serão várias obras por toda a cidade, melhorando o escoamento das águas quando acontecem as grandes chuvas”, comenta. “Nós queremos, com isso, apresentar um resultado importante para essa problemática de mais de 40 anos que a cidade vive quando chove, vive um caos.”

Por outro lado, Manga admite que nem mesmo grandes obras são capazes de resolver problemas ocasionados pelas tempestades. “Por mais que a gente faça essas obras, elas não superam quando acontece um fenômeno igual ao do ano passado que teve aquela segunda maior chuva do Estado. Aconteceu em São Sebastião e depois Sorocaba. Isso é algo que é da natureza”, observa.

Por fim, destacou que, ainda com o propósito de minimizar os impactos causados pelas chuvas, no Plano Diretor — já votado em primeira discussão e com votação final prevista para amanhã (30) — foi aprovado a ampliação das áreas de preservação. “Isso para que consigamos, com essas mudanças climáticas, minimizar os impactos das chuvas em Sorocaba”, conclui.