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Cesta básica sorocabana tem alta de 12% em 2024

Preços tiveram forte aceleração. Motivos foram maior demanda, condições climáticas e variação cambial

04 de Janeiro de 2025 às 21:40
Cruzeiro do Sul [email protected]
Em dezembro, o óleo de soja se destacou novamente, com aumento de 13,40%
Em dezembro, o óleo de soja se destacou novamente, com aumento de 13,40% (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO / ARQUIVO JCS (7/10/2022))


O custo da cesta básica em Sorocaba encerrou 2024 no valor de R$ 1.165,61, registrando um aumento acumulado de 12,81% ao longo do ano. O dado foi divulgado pelo Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade de Sorocaba (Uniso) e destaca uma forte aceleração em relação a 2023, quando houve queda acumulada de 1,87%. Dezembro também se destacou pelo avanço de 2,93% no mês, mantendo a tendência de alta observada no último trimestre do ano.

Entre os itens que mais contribuíram para o aumento em 2024 estão o óleo de soja, com alta expressiva de 43,39%, o café (41,53%) e a carne bovina de segunda (33,75%). Esses produtos, essenciais no consumo diário, foram fortemente impactados por fatores como a desvalorização cambial, aumento da demanda interna e externa e questões climáticas que afetaram a produção e distribuição.

Por outro lado, alguns produtos apresentaram quedas significativas, ajudando a atenuar a alta geral. A cebola, por exemplo, teve uma redução de 40,98%, enquanto a batata recuou 13,51% e o feijão carioca caiu 11,03%. Essas quedas estão relacionadas à melhora na oferta em momentos específicos do ano.

Evolução mensal

A trajetória do custo da cesta básica em Sorocaba foi marcada por oscilações. O ano começou em R$ 1.049,98, com leve alta em fevereiro (R$ 1.058,15), seguida por uma queda em março (R$ 1.045,47). Entre abril e junho, os preços subiram gradualmente, atingindo R$ 1.071,66 em junho. Já o terceiro trimestre apresentou queda, mas a recuperação nos últimos meses culminou nos R$ 1.165,61 registrados em dezembro, o maior valor do ano.

O último trimestre foi especialmente impactante, com aumentos de 3,97% em novembro e 2,93% em dezembro.

Em dezembro, o óleo de soja se destacou novamente, com aumento de 13,40%, passando de R$ 7,46 para R$ 8,46. Outros itens também pressionaram o custo da cesta básica, como o vinagre (12,71%), os ovos (10,54%) e a carne bovina de segunda (9,35%). A valorização da carne está ligada ao aumento do preço da arroba do boi gordo, reflexo de menor oferta e maior demanda no mercado interno e externo.

No entanto, alguns produtos ajudaram a aliviar o impacto no orçamento dos consumidores. A batata foi o item com maior queda em dezembro (-22,40%), com o preço do quilo caindo de R$ 8,66 para R$ 6,72, graças à melhora na oferta nas áreas produtoras. O feijão (-7,43%), a linguiça toscana (-5,08%) e a salsicha (-4,29%) também tiveram recuos notáveis.

Impacto no orçamento

A alta acumulada da cesta básica em 2024 representa um desafio significativo para os consumidores de Sorocaba, especialmente considerando que o aumento de 12,81% foi quase três vezes superior à inflação medida pelo IPCA-15 (4,71%). Isso significa que o poder de compra da população foi severamente impactado, principalmente para as famílias de menor renda, que destinam uma parcela maior do orçamento para alimentação.

Perspectivas para 2025

A Uniso aponta que fatores como o comportamento climático, a oferta agrícola e a estabilidade econômica serão determinantes para a evolução dos preços em 2025. Produtos como carne bovina, óleo de soja e café, que tiveram as maiores altas em 2024, devem continuar sendo monitorados devido à sua relevância no consumo e à sensibilidade aos mercados interno e externo.

Além disso, a necessidade de políticas públicas voltadas à redução de custos de produção e ao controle inflacionário será crucial para aliviar a pressão sobre os consumidores. (João Frizo - programa de estágio)

Variação de preços 2024

Óleo de soja (900 ml)43,39%
Café (500 g)41,53%
Alho (200 g)41,42%
Vinagre (750 ml)35,34%
Carne de 2ª (1 kg)33,75%
Cebola (1 kg)-40,98%
Sabonete (90 g)-15,34%
Batata (1 kg)-13,51%
Feijão (1 kg)-11,03%
Farinha de trigo (1 kg)-10,47%

Fonte: LCSA / Uniso

 

 

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