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Planejamento, pesquisa de preços e direito do consumidor marcam as compras de materiais escolares de 2025

Consumidor precisa definir quais são as prioridades; comércio especializado se prepara para a procura maior

06 de Janeiro de 2025 às 21:30
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Variedade de produtos, preços atrativos e descontos ajudam a atrair os pais
Variedade de produtos, preços atrativos e descontos ajudam a atrair os pais (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO 04/10/2025)

Com a proximidade do início do ano letivo, as famílias se preparam para uma das tarefas mais importantes do calendário escolar: a compra de materiais. Entre mochilas, cadernos, lápis e canetas, os responsáveis enfrentam o desafio de equilibrar o orçamento com as exigências das listas, além de atender aos desejos das crianças, frequentemente encantadas por produtos com personagens ou estilos diferenciados. A tarefa, no entanto, vai além da simples escolha dos itens e requer atenção aos detalhes que envolvem tanto economia quanto os direitos do consumidor.

Em Sorocaba, o Procon Municipal, vinculado à Secretaria de Governo da Prefeitura, reforça as orientações sobre como lidar com as compras de materiais escolares de forma consciente e dentro das normas previstas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). A primeira recomendação é pesquisar preços em diferentes lojas e plataformas on-line. “A pesquisa prévia permite ao consumidor saber o preço médio dos produtos e evitar pagar mais caro por itens que podem ser encontrados a valores mais acessíveis em outros estabelecimentos”, explica Cristiane Bonito Rodrigues, superintendente do órgão.

Cristiane também destaca que levar as crianças às compras pode ser um fator de aumento nos gastos. “Os pequenos são mais suscetíveis aos apelos de consumo, principalmente quando se trata de materiais licenciados, com personagens ou acessórios decorativos. Esses produtos, além de mais caros, nem sempre possuem qualidade superior”, alerta. A dica é envolver os filhos em conversas sobre economia e consumo consciente, ajudando a evitar pressões desnecessárias no momento da compra.

Direitos e deveres nas listas escolares

Uma das principais dúvidas dos pais está relacionada à lista de materiais fornecida pelas escolas. De acordo com o Procon, as instituições só podem exigir itens diretamente relacionados às atividades pedagógicas do aluno, como lápis, borracha, folhas de papel, tintas guache, em quantidades razoáveis e compatíveis com o uso cotidiano. É proibida a solicitação de materiais de uso coletivo, como produtos de limpeza, itens administrativos ou de laboratório.

Além disso, é considerado abusivo impor marcas específicas ou obrigar os responsáveis a adquirirem os produtos no próprio estabelecimento de ensino, salvo nos casos de materiais didáticos exclusivos, como apostilas próprias. Outra prática ilegal é a cobrança de taxas de material escolar sem a apresentação detalhada da lista, o que fere o direito de escolha do consumidor. Nesses casos, os pais devem ser informados sobre os itens que compõem o pacote, podendo decidir se compram por conta própria ou aderem à proposta da escola.

Movimentação do comércio e a alta demanda

Enquanto as famílias organizam as compras, o comércio local já se prepara para atender à alta demanda. É o que diz Nivaldo Madureira, diretor da Papelaria Pedagógica. “Esperamos um aumento de 10% nas vendas em relação ao ano passado e estamos preparados com estoques reforçados e horários de atendimento ampliados. Também estamos investindo no e-commerce, já que muitas famílias preferem realizar suas compras on-line”.

De forma mais detalhada, o diretor de negócios, complementa: “Na verdade, desde outubro a gente já está com uma demanda de volta às aulas. Em novembro, o pessoal aproveitou bastante a Black Friday, com as campanhas de desconto, para já antecipar. Em dezembro, com o 13º salário, o movimento continuou. Mas a maior demanda é agora em janeiro, especialmente porque as aulas começam no início de fevereiro. Trabalhamos com preços finais e campanhas de desconto em mochilas, lancheiras, estojos e cadernos em promoção. Além disso, muitas famílias aproveitam o e-commerce para receber os materiais em casa, o que facilita bastante”.

Na loja Armarinhos Fernando, o cenário não é diferente. Luciano Cavalcanti Eguchi, encarregado da loja, observa que a procura por materiais escolares começa em dezembro, quando algumas lojas já liberam as listas. “O movimento cresce após o quinto dia útil de janeiro e segue intenso até meados de fevereiro, abrangendo um período de cerca de 90 dias. Nossa expectativa é alcançar um aumento de 10% nas vendas, com foco especial na experiência do cliente”.

Estratégias das famílias para economizar

A busca por economia é uma prioridade para muitas famílias. Renato Viana, analista de sistemas, optou por realizar as compras em dezembro para evitar o movimento intenso de janeiro e fevereiro. “Fizemos questão de comparar preços entre lojas e priorizar produtos de qualidade, mas sem personagens ou marcas licenciadas, que encarecem o custo final. Além disso, compramos alguns itens em maior quantidade”.

Já Rafaela de Silveira Silva, técnica de enfermagem, compartilha sua experiência. “A expectativa é grande, tem muita coisa no mercado hoje em dia, e a gente fica meio perdida, ainda mais as crianças. Minha filha tá indo pro sexto ano, então não quer mais nada de personagem, mas nas lojas só se vê isso. Os valores subiram bastante, e as opções mais simples acabam sendo mais viáveis. Por isso, tô batendo perna, comparando preços entre lojas. É uma forma de equilibrar o que ela quer com o que cabe no orçamento”. (João Frizo- programa de estágio)

 

 

 

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