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Alerta

Dengue volta a preocupar em Sorocaba

Os bairros Paineiras, Quintais do Imperador e Jacutinga estão no radar das ações de combate

07 de Janeiro de 2025 às 21:33
Thaís Marcolino [email protected]
Ações foram intensificadas nos finais de semana, principalmente nos bairros Paineiras, Quintais do Imperador e Jacutinga
Ações foram intensificadas, principalmente nos bairros Paineiras, Quintais do Imperador e Jacutinga (Crédito: THAÍS MARCOLINO 06/01/2025)

O ano é novo, mas o problema nem tanto. Com o calor e o tempo chuvoso, típico dessa época, a dengue volta a ser motivo de preocupação, principalmente nas regiões dos bairros Paineiras, Quintais do Imperador e Jacutinga, de Sorocaba. Os três locais estão no foco de atenção nesse início de 2025 devido à suspeita de pessoas que relataram sintomas da dengue. Ainda assim, a Secretaria Municipal da Saúde (SES) informou que não tem, até o momento, confirmado nenhum caso na cidade.

A preocupação não é apenas uma maneira de conscientizar a população sobre os riscos de um novo pico da doença, como vivenciado no ano passado com mais de 46 mil casos e 48 mortes, ultrapassando a marca história de 2015, mas é o parâmetro utilizado pelas equipes de saúde para monitorar o avanço do mosquito Aedes aegypti.

De acordo com o coordenador da Zoonoses de Sorocaba, Fernando Henrique, o índice larvário - que corresponde ao número de recipientes positivos (com larvas do mosquito) pelo número de imóveis pesquisados durante a avaliação — está em dois, o que coloca a cidade em alerta. “Isso significa que 2% dos imóveis sorteados para essa verificação tinham larvas (do Aedes). O satisfatório é menor de 1”, explica.

O índice refere-se à medição em outubro do ano passado, contudo, naquela época não havia tantas chuvas como ocorreram nos últimos meses, sobretudo em dezembro. Por isso, a expectativa é que a medição esteja no mesmo parâmetro ou até maior. Um novo levantamento está sendo feito este mês e deve ser divulgado nas próximas semanas.

Por mais que nesse primeiro momento o alerta esteja sob três regiões, se os cuidados não forem tomados, a doença pode se espalhar por toda cidade. “O mosquito está muito bem adaptado no meio urbano, então ele está no município inteiro. Quando você tem a pessoa doente, o mosquito pica e começa a transmitir e há sim a chance dessa dispersão aumentar para os bairros vizinhos, como ocorreu no Paineiras”, exemplifica Fernando.

Ações continuam

Responsáveis pela orientação, fiscalização e prevenção casa a casa, os agentes de arboviroses têm intensificado o trabalho, inclusive no final de semana e nos imóveis em que há necessidade de retorno. “A gente está fazendo ações aos sábados, domingos, para tentar realizar a visita e fazer com que esse criadouro seja eliminado”, explica o coordenador da Zoonoses.

Além das visitas orientativas, a nebulização também é uma alternativa. Entretanto, a eficácia após a aplicação do veneno é de 40 minutos, em média, por isso, é crucial que seja feita a eliminação dos focos de dengue de maneira efetiva e a população é agente principal nisso.

Dados

Os casos e mortes por dengue têm crescido exponencialmente em Sorocaba, sobretudo se comparado aos dois últimos anos. Em 2023 foram 4.674 casos e três mortes, enquanto no ano passado foram 46.786 infectados e 48 pessoas que perderam a vida em decorrência da dengue. As informações são da Secretaria Municipal da Saúde (SES).

Na série histórica de 2015, foram 37 óbitos e mais de 55 mil casos e decretação de pandemia. No ano passado foi decretado estado de emergência. Ainda conforme a pasta, em 2024 a área de abrangência, ou seja, com maior registro de larvas, ocorreu nos bairros Márcia Mendes, Sorocaba 1, Cerrado e Laranjeiras.

A prefeitura detalhou, por sua vez, a incidência de casos no ano passado. “A faixa etária de maior incidência é dos 20 aos 49 anos, ou seja, a população economicamente ativa. Já o sexo que mais notificou e positivou foi o feminino”, cita a nota.

Já em relação aos óbitos, baseado nos boletins epidemiológicos divulgados ao longo de 2024, das 48 mortes, 17 (35,4%) foram do sexo feminino e 31 (64,6%) do masculino. A idade média dos óbitos foi na faixa entre 68 anos e 76 anos.