Preocupação
Sorocabanos contaminados com virose sofrem com sintomas e procuram atendimento médico
Somente ontem (7), foram 17 atendimentos registrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade
Thayane Gabrielli Muniz dos Santos, de 26 anos, aproveitou o feriado de Ano Novo e viajou para a praia da Enseada, no Guarujá. A empresária ficou três dias no litoral e os sintomas da virose começaram no dia 31 de dezembro. No entanto, devido ao grande número de casos na Baixada Santista, Thayane procurou ajuda médica somente quando retornou para Sorocaba. “Não procurei um médico na praia pois os hospitais estavam lotados, havia muitas pessoas com virose e as farmácias estavam sem medicamento por conta do surto, então só fui ao médico quando cheguei aqui.”
Thayane também contou quais foram os indicíos da doença. “Começou com vômitos, depois progrediu para diarreias, dores no estômago, no intestino, sensibilidade a cheiros e enxaqueca.” Porém, ao chegar em Sorocaba, Thayane passou na Unidade Pré Hospitalar (UPH) da Zona Oeste, no dia 2 de janeiro e recebeu atendimento médico. “Me recomendaram repouso absoluto, tomar rémedio, isotônico para hidratar e evitar alimentos gordurosos ou de difícil digestão.”
Além de adultos, crianças também foram afetadas pela virose, Vera Lúcia Alves, de 74 anos, conta que os netos, Maria Vitória e Pedro, de 13 e 9 anos, respectivamente, estão desde o dia 4 de janeiro com sinais da doença. A família aproveitou o sábado em uma piscina, mas à noite, ao chegarem em casa, as crianças começaram a reclamar dos sintomas e foram levadas até uma unidade de urgência e emergencia. Apesar de já ter sido medicada, a menina precisou voltar com a avó na tarde de ontem (7), na UBS Vila Haro.
De acordo com a Secretaria de Saúde, os casos de virose em Sorocaba aumentaram no inicio de 2025. De 1 a 6 de janeiro foram 1.175 atendimentos de urgência e emergência, e, somente ontem (7), 17 atendimentos foram registrados nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade. Entre os contaminados, crianças e adultos.
Sintomas e prevenções
Curiosamente, apesar do surto no litoral, os casos em Sorocaba mostram que quem ficou na cidade nessa época do ano também foi contaminado. O médico infectologista, Fernando Ruiz, explica o possível motivo desse contágio. “Pode- se dizer que a combinação de fatores que ocorre nesta época do ano - de festas e verão -, superpotencializada por condições sanitárias deficitárias, permite o elevado número de casos.”
“Viroses, como são conhecidas as infecções causadas por vírus podem ter múltiplos sintomas e/ou sinais físicos e mesmo variar de pessoa a pessoa. Neste caso em questão ocorre uma gastroenterocolite aguda que leva à desidratação e pode complicar se não tratada adequadamente. Os sintomas são principalmente mal estar, náuseas, vômitos, diarréia, febre, dores por todo o corpo, inapetência.”
Entre as principais formas de prevenção de viroses estão boas práticas de higiene, como sempre lavar as mãos antes e depois de utilizar o banheiro e ao manipular e preparar alimentos, e o consumo adequado de alimentos. Também é importante evitar a ingestão de alimentos mal cozidos e de água ou sucos de procedência desconhecida.
Situação do litoral
Desde o início do ano, turistas e moradores de cidades do litoral paulista, principalmente da Baixada Santista, reclamam do aumento de casos de virose após as festas de final de ano. Eles vêm relatando sintomas como vômito, dor abdominal e diarreia. Também afirmam estar sofrendo com hospitais lotados e falta de remédios em farmácias.
Por meio de nota, o Governo de São Paulo informou ainda que os municípios com aumento de ocorrências de diarreia aguda estão sendo orientados pela Secretaria de Estado da Saúde a realizar investigação epidemiológica e a coleta de fezes dentro de cinco dias do início dos sintomas. De acordo com o governo, essa coleta é fundamental para detectar o patógeno causador do surto. (Lavínia Carvalho - programa de estágio - Com informações da Agência Brasil)