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Aedes

População pode ajudar no combate à dengue

Cuidados simples fazem a diferença na luta contra o mosquito

08 de Janeiro de 2025 às 21:30
Thaís Marcolino [email protected]
Fernando, da Zoonoses alerta que nem sempre o problema está na casa do vizinho
Fernando, da Zoonoses alerta que nem sempre o problema está na casa do vizinho (Crédito: THAÍS MARCOLINO)

Adengue é um tipo de doença que a colaboração de cada pessoa é fundamental para que a proliferação do mosquito Aedes aegypti diminua. Medidas simples, como não deixar água parada ou fazer o descarte correto do lixo e fazer um “geral” na residência ao menos uma vez na semana, ajudam. Já para evitar ser picado por um, repelente e instalação de telas nas janelas são opções. As orientações são do coordenador da Zoonoses de Sorocaba, Fernando Henrique Simões, que frisa que nem sempre o problema está na casa ao lado.

“Uma ideia que as pessoas têm, é que é sempre no terreno do vizinho o problema e aí a gente esquece do nosso, né? Então, ali no fundo, aquele quintal, um ralo que esteja no banheiro que a gente não utiliza, uma caixa d’água que esteja com a tampa quebrada, tampa afastada, uma fresta, pode estar criando um mosquito ali e você não sabe. Por isso que a gente sempre recomenda, insiste, para que uma vez por semana, pelo menos, cada morador realize esse pente fino na sua residência”, explica.

A dona de casa Thalita de Lima Marcolino, de 22 anos, é uma das moradoras que sabe que o cuidado não pode parar. Com um filho de um ano e após ter presenciado a irmã ficar bem ruim da doença, a família toda não deixa de se prevenir. “Todo cuidado é pouco e até comprei dois refis de repelente, e para sair de casa é só com eles. Aqui a gente se protege como dá”, comenta.

A reportagem acompanhou a visita a algumas residências no Parque das Paineiras nesta segunda-feira (6) — um dos três bairros com maior incidência de casos nas últimas semanas — e conversou com a dona Jandira dos Santos Cipriano, de 76 anos. A aposentada ajuda a cuidar das plantas da filha e ganhou nota 11 do agente. “A gente toma todos os cuidados, por que é perigoso. Todos os vasos das plantas têm os furos embaixo para água não ficar parada”, explica.

Em todos os imóveis visitados, os moradores receberam uma folha com orientações sobre os cuidados a serem tomados. Se necessário, o agente de arboviroses usa larvicidas para evitar que as larvas se instalem. O produto é entregue pelo Governo Federal para as prefeituras, mas há tratamentos alternativos com itens que todo mundo tem em casa, como sabão em pó.

Dicas caseiras

“No ralo, naquela edícula não usada normalmente, pode colocar duas colheres de sabão em pó e, depois que ele for utilizado, ou pelo menos uma vez na semana, refaz o processo”, orienta o coordenador da Zoonoses. A dica também pode ser usada na bandeja coletora de água, que fica atrás da geladeira. “Ali onde tem o degelo a pessoa pode colocar duas colheres de detergente”, complementa Fernando Simões.

Outro produto que algumas pessoas acabam usando pelo seu poder bactericida e fungicida é a creolina. Porém, o germicida não é indicado pelo especialista. “A gente orienta o uso de sabão em pó e detergente, pois já é cientificamente comprovado. O cloro, a água sanitária e a creolina são voláteis, evaporam muito rápido, então eles acabam não tendo a mesma eficácia que o detergente, por exemplo”, explica o coordenador da Zoonoses.

Sintomas e atendimento

Os primeiros sintomas da dengue aparecem, em média, cinco dias após a picada do Aedes aegypti, o mosquito transmissor. São eles: febre alta, forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, náusea, vômitos e manchas vermelhas na pele. Se o quadro piorar, podem surgir os sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, fadiga, desidratação, sonolência, entre outros. Em Sorocaba, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as de emergência e urgência, como UPA’s e UPH’s fazem o atendimento da doença.

Denúncias

O cuidado é de todos, mas caso algum morador perceba um potencial perigo ao lado, pode fazer uma denúncia de possíveis criadouros do Aedes por meio do portal 156, no site da prefeitura ou, então, em uma das Casas do Cidadão. Em seguida, uma equipe técnica vai ao local e faz a inspeção da área para tomar as devidas providências.