As exportações em Sorocaba cresceram 6,6% no ano passado, em comparação a 2023, alcançando US$ 2,269 bilhões. O maior valor exportado pelas empresas instaladas na cidade ocorreu em outubro, com US$ 230 milhões, seguido por julho, que somou US$ 224 milhões. Os dados são do Comex Stat, o sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens.

Na realidade, desde 2022 o município ultrapassa os US$ 2 bilhões anuais em exportações, apontando para um quadro positivo de crescimento. Para Erly Domingues de Syllos, diretor regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), os resultados não indicam somente um bom cenário na atividade comercial, mas também em todos os segmentos da cidade, como geração de emprego. Ele denomina essa repercussão de “cadeia do bem”.

“As exportações movimentam a economia de modo geral. Por exemplo, atrai novos investimentos e a vinda de novas indústrias, que, consequentemente, aumentam a capacidade produtiva das empresas”, aponta Erly. “Desta forma, aumenta a demanda de mão de obra, ocasionando a geração de emprego e a economia circular da cidade.”

A criação de empregos formais, inclusive, é comprovada pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ao longo dos 11 primeiros meses de 2024, estatísticas apresentadas até o momento, Sorocaba não apresentou nenhum saldo negativo.

A “cadeia do bem” ainda engloba os municípios que integram a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), uma vez que possuem empresas que fornecem materiais para as fábricas e indústrias sorocabanas. Esse cenário já acontece em Votorantim, Itapetininga e Porto Feliz. A tendência, portanto, é que a economia regional também seja fortalecida.

Por trás dos bons resultados nas exportações, o diretor regional do Ciesp destaca a diversidade de empresas instaladas no município, que abrangem os setores de automotivos, eletrônicos, químicos, máquinas agrícolas, entre outros. Inclusive, segundo Erly, Sorocaba, ao lado de Caxias do Sul, é o município brasileiro mais forte no mercado de peças.

“Desta forma, quando um segmento não vai bem, o outro vai”, explica. “No passado, o município era muito forte no setor têxtil, tanto que era considerado a Manchester Paulista. No entanto, era somente nesta área. Quando essas indústrias quebraram, todos sofreram os impactos, não tinha outro ramo para equilibrar.”

Preço do dólar

Além da diversidade de empresas em Sorocaba, o valor do dólar também influencia nas exportações, segundo o economista Geraldo Almeida. Com a moeda americana terminando o ano em R$ 6,18, após um aumento de 27%, o preço das mercadorias ficou mais atraente para o mercado externo.

“Na lógica, quando os produtos ficam mais caros para nós, os nossos ficam mais em conta”, explica o economista. “Tanto que os Estados Unidos foram um dos nossos principais clientes, junto com Argentina e demais países da América Latina.”

Expectativas para 2025

Após analisar o desempenho de Sorocaba em 2024, logo surge a pergunta: e 2025? Para ambos os especialistas, a tendência é que Sorocaba exporte cada vez mais. Contudo, Geraldo também ressalta que os resultados podem ser influenciados por fatores internos e externos.

Erly, por sua vez, possui uma visão otimista para o ano que começou recentemente. O diretor regional do Ciesp cita, inclusive, o investimento de R$ 11 bilhões na planta da Toyota de Sorocaba. Conforme divulgado pela montadora japonesa, R$ 5 bilhões serão aplicados até 2026 e o restante até 2030.

“Esse e outros investimentos em fábricas instaladas em Sorocaba são extremamente importantes, uma vez que demonstram o bom desenvolvimento da cidade e, consequentemente, atraem novas empresas”, destaca Erly. “Portanto, a expectativa para os próximos anos é positiva.”