Viagem
Feriado faz da Rodoviária um ponto de reencontros

Os corredores da Rodoviária de Sorocaba ganharam novo ritmo nestes dias de feriado prolongado. Malas de todos os tamanhos, filas nos guichês, abraços de despedida e conversas animadas formaram o cenário típico de quem está prestes a partir ou a retornar, mesmo que por alguns dias, para um lugar onde o coração se sente em casa. Com dois feriados próximos, a Sexta-feira Santa e o Dia de Tiradentes, muitos aproveitaram a chance rara de transformar quatro dias em pequenas férias.
Entre os viajantes, o destino pouco importava. O que movia cada um era o desejo de estar perto de quem se ama, reencontrar a cidade-natal ou, simplesmente, fugir da rotina.
Afeto no itinerário
Nícolas de Almeida Beraldo, estudante, se preparava para embarcar a Campinas. Apesar da juventude e da vida universitária agitada, o que ele mais queria era o aconchego da família e o reencontro com os amigos de sempre. “Estou voltando para lá porque eu faço faculdade aqui [em Sorocaba]. Então vou ficar lá com a minha família. Não pretendo fazer nada. Só ficar em casa, sair com meus amigos, só isso.”
Já Vânia dos Santos, funcionária pública, embarcava para Andirá, Paraná, com o coração leve e os planos de estender o descanso. “Começou hoje [ontem] o feriado e vou aproveitar por lá. Terça-feira eu vou abonar, então eu volto na terça.” Ela acrescenta com a serenidade de quem sabe que o tempo com a família vale mais do que qualquer agenda apertada.
Passagens disputadas
A movimentação na rodoviária foi intensa. Com a alta procura, empresas precisaram colocar ônibus extras em circulação. Ainda assim, para alguns, garantir o lugar exigiu ajustes no planejamento.
Claudineia Denisval Cordeiro Pina, programadora, viu sua volta ser antecipada por conta da falta de passagens. “Compramos as passagens na segunda. A gente tinha a previsão de voltar mais tarde, só que já não tinha passagem, daí eu tenho de voltar no primeiro ônibus, que é 7h30.” Mesmo com o contratempo, o sorriso no rosto mostrava que a viagem valia o esforço.
Reencontros
Nos bancos da rodoviária, entre malas e expectativas, o que se via era um Brasil que carrega nas costas o peso da rotina, mas que, em datas como essa, encontra tempo e coragem para recarregar a alma. Seja com uma visita à família, uma conversa com velhos amigos ou um simples café na cidade-natal, o feriado prolongado virou mais do que descanso: virou oportunidade.
Para Eleandro Rocha do Amaral, pedreiro, a viagem a Botucatu era mais do que um passeio — era uma volta ao passado. “Já moro aqui [em Sorocaba] há um bom tempo. Mas morei em Botucatu com os meus irmãos e agora tenho de dar uma volta lá para revê-los.” O olhar nostálgico e a voz tranquila revelavam o quanto o reencontro prometia ser especial. “Como foi um feriado prolongado, já dá para aproveitar como se fosse umas miniférias, né?”
João Frizo (Programa de estágio)
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