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Busca por chocolate e bacalhau movimenta o Sábado de Aleluia

Diferente do dia anterior, Cruzeiro do Sul registra grande movimento na região central de Sorocaba

19 de Abril de 2025 às 20:44
Mercado Municipal recebe grande número de pessoas em busca 
dos ingredientes para o almoço de Páscoa
Mercado Municipal recebe grande número de pessoas em busca dos ingredientes para o almoço de Páscoa (Crédito: ALISSON ZANELLA)

O Sábado de Aleluia — data litúrgica católica derivada da Sexta-Feira Santa e, algumas vezes, adotada como ponto facultativo por alguns — foi bem diferente do registrado no dia anterior (18), pelo Cruzeiro do Sul. No comparativo, praticamente todas as ruas e avenidas da região central estavam lotadas, especialmente no Centro, com muitas pessoas aproveitando o comércio que estava de portas abertas. Os chocolates e ovos de Páscoa e o bacalhau estavam na mira e nas mãos das pessoas.

No Centro, muitas pessoas passeando e fazendo compras, entre elas, a estoquista Cleusa Silva, 55 anos. De passagem por Sorocaba para visitar a família, ela fez questão de cumprir com duas tradições: seguir os ritos religiosos e dar ovos de Páscoa para seu netinho, o pequeno Heitor, 4 anos. “Esta data significa muito para mim. Sou muito religiosa e faço questão de seguir o que o catolicismo prega”, diz. “Vim para a cidade ver meus familiares e aproveitar esta data tão querida com as pessoas mais próximas.” Cleusa mora em Goiânia, Goiás, e veio passar o feriadão com os parentes, que moram em Sorocaba — quase 900 quilômetros de distância.

“Procuro passar os valores cristãos nesta época também, pois se isso não acontecer, a data perde o sentido”, analisa a estoquista, que fez questão também de dar os tradicionais chocolates para o neto — feliz, segurando duas sacolas de ovos de Páscoa. “A gente parcela aqui, economiza ali e tudo dá certo, graças a Deus”, comenta.

A tradição de consumo de alimentos na Páscoa é tão forte que, mesmo fora das “datas certas”, as pessoas aproveitam. É o que explica Tereza Hanna, 80, proprietária de uma banca no Mercado Municipal. “Ainda estou vendendo muito bacalhau. As pessoas estão comprando, mesmo que a data já tenha passado [Sexta-Feira Santa]. É um alimento que sempre sai bem todo o ano.”

A banca, além de bacalhau, também vende uma grande variedade de grãos e queijo. Tereza não aponta diferenças neste ano em especial e diz que as compras se mantiveram no patamar esperado.

Tradição que vem de Portugal

O bacalhau, que não é o nome do peixe fresco, e sim do processo de conservação (sal e secagem), feito com partes de vários outros peixes, se popularizou como substituto da carne em muitos países, especialmente entre os portugueses, por motivos práticos e históricos: era fácil de conservar. O peixe, salgado e seco, podia ser armazenado por longos períodos, o que o tornava ideal em épocas em que não havia refrigeração. E Portugal, um país católico e colonizador do Brasil, trouxe essa tradição.

Na Sexta-Feira Santa, por ser uma data de luto, reflexão e penitência, a Igreja Católica orienta os fiéis a evitarem o consumo de carnes vermelhas, consideradas símbolo de celebração, prazer e luxo. Em vez disso, recomenda-se o consumo de peixes, que são vistos como alimentos mais simples e humildes.

Ao longo do tempo, o bacalhau, mesmo sendo um peixe que ganhou status de prato nobre, ainda manteve seu lugar nas tradições religiosas, especialmente nesta época. A maioria do bacalhau consumido no Brasil é importado da Noruega, Portugal, Canadá e Islândia.


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