Press Enter and then Control plus Dot for Audio

Buscar no Cruzeiro

Buscar

Voluntários

Grupo de Apoio de Votorantim auxilia na busca por pessoas desaparecidas

Formado por 12 pessoas e quatro cães, equipe nasce para atender a crescente demanda pelo serviço

21 de Abril de 2025 às 22:49
Mara Márcia, Felipe Linhares e Olívio Jamanta: buscam voluntários e apoio para seguir com os trabalhos
Mara Márcia, Felipe Linhares e Olívio Jamanta: buscam voluntários e apoio para seguir com os trabalhos (Crédito: THAÍS VERDERAMIS)

Acrescente demanda por encontrar pessoas que estão desaparecidas motivou a criação, em Votorantim, do Grupo de Apoio, Busca e Resgate com Cães (GABRC). A equipe, que atua de forma conjunta com a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Civil Municipal, é formada por voluntários e adestradores, além de cachorros treinados.

Um dos idealizadores do grupo, o adestrador Felipe Linhares, 21 anos, conta que, para encontrar um desaparecido, o tempo é crucial. “Cada minuto é importante para a gente possa achar a pessoa com vida”, afirma. Além disso, acrescenta a administradora Mara Márcia Soares, 51, há questões burocráticas que atuam contra o tempo no trabalho. Conforme ela, as autoridades levam de cinco a dez dias para buscar um cão que possa colaborar na tarefa de procura. Assim, o GABRC tenta agilizar o processo e atender a necessidade em poucas horas.

Felipe explica ainda que os cães que integram a equipe são treinados por meio de partículas em decomposição (PDC) que caem do corpo humano a todo momento e que são como um impressão digital em forma de odor. Cada pessoa, continua, tem um cheiro único e é por meio dele que o cachorro pode buscar o rastro.

O adestrador atesta: o olfato dos cães é muito potente. “Um pastor alemão, por exemplo, tem cerca de 300 milhões de células olfativas. Com este potencial do cão nós conseguimos localizar a pessoa desaparecida, fechar perímetro e até indicar o local em que a pessoa nunca passou.”

Felipe é o tutor de Athus, um pastor alemão de cinco anos que já atuou em seis buscas juntamente com os órgãos oficiais. Conforme ele, os cães ideais para este tipo de serviço são os que, como característica da raça, possuem a caça e, ao mesmo tempo, são dóceis. Assim, não oferecem nenhum tipo de risco às pessoas ao redor ou aos desaparecidos durante o trabalho de busca.

Preparado e instruído

O GABRC conta com quatro animais das raças pastor alemão e bloodhound. O também adestrador Olívio da Silva Filho, 63, conhecido como Jamanta, revela que, ao iniciar uma busca, o cão é preparado e instruído. “A gente pega qualquer objeto ou pertence da pessoa desaparecida, coloca dentro de um saco plástico e põe no fucinho do cão para ele sentir o cheiro e ir atrás.”

Além da capacidade do olfato, os cães são sensíveis ao ambiente de busca. “O cachorro pode passar daquele cenário, se foi um local onde teve muito medo e qual a sensação do lambiente [tudo aquilo que rodeia ou envolve os seres vivos]. Cada animal tem uma demonstração. O Athus já participou de uma cena de assassinato em que, chegando na hora, apresentou dor de barriga, começou a chorar e o pelo arrepiou”, lembra Felipe.

Voluntários e apoio

O GABRC, atualmente, é formado por 12 pessoas e quatro cães. A equipe espera por novos voluntários e compartilha o trabalho por meio das redes sociais — ‘GABRC Votorantim8’. Outra busca é por apoio. Os trabalhos são realizados, neste momento, com verba própria. Por isso, o grupo considera essencial a ajuda de empresas ou mesmo pessoas físicas. Mara explica que há gastos com os cães. Assim, a ajuda também vai fazer com que o grupo aprimore cada vez mais o trabalho que oferece não só em Votorantim, mas nas demais cidades da região. Para outras informações: (15) 98840-1308.