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Paciente de Sorocaba com leucemia encontra doador 90% compatível

16 de Setembro de 2018 às 14:29

Paciente com leucemia encontra doador 90% compatível Thiago se reacupera de uma cirurgia no dedo, resultado de uma infecção. Crédito da foto: Arquivo Pessoal

O gerente comercial Thiago Marini Wilfer, de 34 anos, que tem leucemia linfoide aguda e precisa fazer um transplante de medula óssea até outubro, está confiante por ter encontrado um possível doador. Conforme sua esposa, a administradora de empresas Marina Escames Marini Wilfer, um polonês de 26 anos é 90% compatível. Na quinta-feira, Thiago passou por um exame para verificar se o seu organismo não irá rejeitar os 10% que são diferentes entre eles. “Se no exame der que o corpo dele aceitará esses 10% e se não aparecer o doador 100% até o dia do transplante, o doador será ele”, diz Marina.

Segundo a esposa de Thiago, o resultado sairá daqui a duas semanas. Já estará bem próximo do prazo estipulado pelo médico para o transplante. Marina explica que o procedimento deve ser feito em outubro devido à urgência do caso e principalmente para aproveitar que no momento Thiago está bem. “A ideia é não correr o risco da doença voltar novamente.”

O transplante será no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), em São Paulo. Thiago ficará internado por cerca de dois meses. Marina disse que o marido poderá ter um pouco mais de GVHD (doença do enxerto contra hospedeiro) quando receber a medula nova, pelo seu doador não ser 100% compatível. “Mas o médico disse que ele poderá superar e dar tudo certo.” Enquanto isso, Marina afirma que a esperança é encontrar o doador 100% compatível.

Superação

Pai de três filhos, de 3, 10 e 11 anos, Thiago tem uma história de superação que vem desde o ano passado, quando descobriu a doença. Em janeiro de 2017, ele tinha 94% das células do sangue cancerígenas. Conseguiu se curar após intenso tratamento, mas em junho deste ano a leucemia voltou e foi recomendado o transplante.

Marina conta que para se preparar para o transplante, Thiago precisou passar recentemente por uma quimioterapia bem forte. “Para matar a medula. Mas ele pegou uma bactéria que quase o levou embora”, conta a esposa.

A bactéria entrou pelo dedo, subiu para o braço até atingir a axila. “Ele teve inclusive risco da infecção generalizada. Graças a Deus deu tudo certo. Mas devido a um pus no dedo, foi preciso passar por uma cirurgia para retirar a parte necrosada. Correu tudo bem e o dedo está cicatrizando bem”, comenta.

Como tudo tem um lado bom, com essa quimioterapia Thiago conseguiu zerar as células cancerígenas. “Isso significa que indo para o transplante zerado, a chance de cura são maiores.” Agora os próximos passos são aguardar o resultado da compatibilidade e, em caso positivo, Thiago terá de se submeter a radioterapia e quimioterapia antes de receber a medula. “Como a medula irá ‘brigar’ com o corpo do meu marido, o médico avisou que ele poderá ter reações e por isso teremos de morar por um tempo perto do hospital. A parte triste é que iremos ficar separados das crianças durante esses cerca de seis meses”, afirma Marina.

Ainda de acordo com ela, o casal vai precisar de ajuda para se manter em São Paulo, pagar exames e remédios. “Estamos pensando em fazer bingo beneficente e vaquinha pela internet e, claro, farei a devida prestação de contas para quem ajudou.” Interessados em colaborar podem entrar em contato na página do Facebook ‘Todos por Thiago Marini’.

Busca continua com campanhas

A luta em busca do doador 100% compatível para Thiago continua. Marina pede para as pessoas que moram ou conhecem quem more nos Estados Unidos para que entrem em contato com Carolina Ildefonso Cereta, que ajudará no cadastro pelo site, sem custo algum. O site da campanha nos Estados Unidos é join.bethematch.org/Cereta.

No Brasil, os interessados em ajudar podem procurar o Hemonúcleo de sua cidade. Os endereços estão no site http://redome.inca.gov.br. Quem é cadastrado há muito tempo também deve atualizar os dados no site. Marina afirma que as regras para o cadastramento de doação de medula são diferentes das regras para a doação de sangue. Não podem doar as pessoas com aids, hepatite B e C, lúpus, fibromialgia, psoríase, vitiligo, artrite reumatóide, câncer, diabetes com uso de insulina, doença autoimune. Com relação à idade, não pode ter menos de 18 e mais de 54 anos e 11 meses.

São aceitos doadores de qualquer tipo sanguíneo, paciente submetido a cirurgia bariátrica, DST (herpes, HPV, clamídia e sífilis), grávidas e mães que estão amamentando. O doador também pode ter tatuagem ou piercing, hepatite A (tratada completamente), epilepsia controlada, diabetes (desde que não faça uso de insulina), problemas na tireóide, hipertensão, fazer uso de remédios controlados, ter viajado para cidades com contágio da febre amarela, estar abaixo ou acima do peso ou ter feito cirurgia recente.