Campestrini: é mais fácil utilizar a rodovia do que as vias centrais. Crédito da foto: Divulgação / Cruzeiro FM (27/9/2019)

O advogado Renato Campestrini, especialista em Trânsito, Mobilidade e Segurança e colunista de Mobilidade Urbana da rádio Cruzeiro FM 92,3, avalia que, impulsionada pelo crescimento de Sorocaba, cada vez mais a Raposo Tavares passa a ter características de uma grande avenida. Veja a análise que ele faz sobre a rodovia:

“A medida que o tempo passa, a cidade avança, cada vez mais a rodovia Raposo Tavares passa a ter características de uma grande avenida que corta o perímetro urbano da cidade. Para muitos deslocamentos entre regiões da cidade é mais fácil utilizar a rodovia e suas vias marginais do que transitar nas vias centrais. Os efeitos disso são os sentidos no dia a dia da via, com trechos com lentidão, em especial nos chamados horários de pico, e esse é um efeito negativo da opção que o país fez pelo uso maciço do meio de transporte individual. Alguns pontos, pelo grau de interesse que despertam na sociedade, concentram as maiores dificuldades.

Além dos pontos destacados (na reportagem), também no sentido interior-capital, para quem deseja ir para o Shopping Iguatemi, região do Parque Campolim, por exemplo, e não acessa a via marginal logo no início dela, nas proximidades do novo Hospital Regional, só o fará após passar pelo shopping e irá utilizar o trecho do chamado Trevo da Morte, já repleto de veículos na ligação entre Sorocaba e Votorantim.

Lentidão

Além da situação descrita na rua Antonio Aparecido Ferraz, onde há a Sorocaba Refrescos, temos inúmeros imóveis lindeiros que têm acesso à marginal da Raposo Tavares e que contribuem para a lentidão em alguns horários. É importante destacar que anteriormente, como forma de prevenir riscos, a velocidade máxima regulamentada para as vias marginais era de 60 km/h. Atendendo a pedidos ela foi elevada para 70 km/h, mas ainda assim é comum visualizarmos excesso de velocidade.

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Ao contrário do que alguns pensam, abrir novas faixas para o uso dos automóveis não representa um ganho, pois em pouco tempo mais veículos estarão a ocupar o espaço, seria como dizer que perdeu peso afrouxando o cinto da calça.

No tocante ao desrespeito à vida praticado por alguns, ao atravessar as pistas da rodovia e vias marginais, quando até mesmo passarelas para isso existe, é preciso trabalhar a conscientização das pessoas para evitar esse tipo de comportamento. O brasileiro no trânsito, seja como condutor, e também como pedestre, não tem a percepção de risco necessária, não acredita que pode ser vítima de um acidente, que isso é algo que só acontece com os outros, e isso precisa mudar, pois aos órgãos de trânsito e concessionárias compete gerir o sistema viário, e respeitar as regras, adotar condutas preventivas, é de cada um.”

Riscos de acidentes

Os riscos de acidentes são acentuados entre os quilômetros 91 e 109 da Raposo Tavares. Esse trecho da rodovia engloba o bairro Brigadeiro Tobias e a divisa com a cidade de Araçoiaba da Serra.

Os motoristas também criticam o emaranhado de acessos na rodovia Raposo Tavares. Citam ainda traçados complexos pela via. (Carlos Araújo)