Cidades
Três foragidos da região estão na lista dos mais procurados
Polícia pede ajuda para encontrar suspeitos de assassinatos e estupros em Sorocaba, Votorantim e São Roque
Cinco aos após o crime, Horázio Nazareno, acusado de estuprar e assassinar a filha Letícia Tanzi, de 13 anos, em São Roque, ainda não foi localizado e está na lista dos mais procurados; pastor Julio Cesar Ribeiro e Régis Hermínio Cândido também são alvos da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Letícia Tanzi foi morta em outubro de 2018, na casa da família da vítima, em São Roque. Segundo informações divulgadas na época pela polícia, a adolescente foi morta a facadas pelo próprio pai, Horázio Nazareno, por se negar a retirar uma denúncia de estupro contra ele. Desde então, o homem não foi localizado e, atualmente, o seu nome consta na lista dos criminosos mais procurados pela Polícia Civil. No site da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), há uma foto do caseiro ao lado de outros foragidos do Estado. Na descrição, a SSP informa que Horácio tem uma tatuagem escrito “Tamires” no braço esquerdo.
Na época, o crime chocou a região e virou notícia em âmbito nacional. Recentemente, Horário foi citado, novamente, pela rede Globo ao fim do programa Linha Direta, estreado em 4 de maio. Na ocasião, o apresentador Pedro Bial pediu aos telespectadores que informem pistas sobre o paradeiro do homem.
Ex-vereador
Outro acusado de cometer crimes na região que ainda é procurado pela polícia é o pastor e ex-vereador de Sorocaba JÚlio Cesar Ribeiro, condenado a 28 anos de prisão em regime fechado por estupro de vulnerável. O homem, de 63 anos, é acusado de abusar sexualmente de duas meninas. A denúncia foi feita pelas vítimas em agosto de 2016, quando elas tinham menos de 10 anos de idade. O inquérito policial sobre o caso foi concluído pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Sorocaba em 2017. A sentença e o mandado de prisão foram expedidos em novembro do ano passado. A DDM informa que continua em diligências para a localização do pastor.
O caso mais recente é o do empresário do ramo de veículos Régis Hermínio Cândido, de 44 anos. O homem é investigado pelo acidente ocorrido em 19 de março que terminou com a morte do casal José Rubens Martinelli e Maria Aparecida de Oliveira Martinelli, de 60 e 54 anos. No veículo também estava o filho das vítimas, de 31 anos.
A batida aconteceu na estrada vicinal da Represa de Itupararanga. O casal e o filho transitavam na via em um Chevrolet Prisma quando foram atingidos de frente por outro veículo. Com o impacto, o carro em que estava a família ficou destruído. Já no veículo em que o empresário estava foram encontradas diversas garrafas de cerveja, porém, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Questionado, o motorista chegou a dizer que “o problema não é o acidente, o problema é que esse carro não tem seguro e custa quase R$ 200 mil”. Régis recebeu atendimento e foi levado para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), porém, fugiu do local sem receber alta, dizendo que procuraria o serviço médico particular.
Em coletiva de imprensa realizada em 22 de março, a polícia divulgou que o motorista tem habilitação e ligações no Paraguai, o que deixa as autoridades em alerta sobre a possibilidade de uma fuga do País. A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído em 31 de março como crimes dolosos, sendo que anteriormente já havia pedido a prisão preventiva do motorista. A prisão foi decretada pela Justiça e o Ministério Público ofereceu denúncia, mas o réu permanece foragido. Segundo informações passada para a polícia, a defesa recorre para que Régis responda o crime em liberdade.
Denúncias
A Polícia Civil realiza um trabalho de pesquisa constante para localizar procurados pela Justiça. De acordo com o delegado Acácio Aparecido Leite, do 8º Distrito Policial de Sorocaba, a investigação é realizada de diversas formas, sendo uma delas a pesquisa através de pessoas próximas, como amigos e familiares. As redes sociais e sistemas operacionais com dados dos criminosos também são aliados, porém, a denúncia de munícipes ainda é muito importante. “Chamamos isso de coparticipação. Acredito que a comunidade pode ajudar. Tem diversos casos em que tivemos a ajuda da população. Muitas vezes, alguém vê o procurado em outra cidade, destinamos todo o trabalho de inteligência para aquela cidade e achamos a pessoa”, ressaltou.
Atualmente, há várias maneiras de verificar se uma pessoa é procurada pela Justiça. Além do site da Secretaria de Segurança Pública do Estado, onde constam os nomes dos criminosos mais procurados pela polícia, há também o aplicativo Sinesp Cidadão, que pode ser acessado através de uma conta Gov. No App é possível verificar a situação de veículos através da placa, pessoas desaparecidas e encontrar fotos de procurados pela Justiça. Já na aba “Mandados” é possível escrever o nome da pessoa e consultar se ela tem algum mandado expedido contra ela, quais crimes cometeu e se a pena foi ou não cumprida. Outro sistema que pode ser usado pela população, geralmente também utilizado pela Polícia Militar, é o Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). Nele é possível saber a situação de uma pessoa através de uma busca mais avançada, com nome próprio, apelido, nomes dos pais e números de documentos.
Já as denúncias podem ser realizadas pelo Disque Denúncia de forma anônima pelo telefone 181 ou pela internet, no site webdenuncia.org.br. No caso dos criminosos da lista dos mais procurado do Estado de São Paulo, a SSP disponibiliza o telefone (11) 3311-3148. A SSP ressalta que, em caso de dúvida, é importante acionar a polícia para averiguação. (Vanessa Ferranti)