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Primeira arara-azul-de-lear de 2025 nasce no núcleo de animais em Araçoiaba da Serra

Com este filhote, são 14 os indivíduos da espécie no local

07 de Janeiro de 2025 às 21:57
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Aves costumam viver em família, bando ou grupos na região da caatinga, no nordeste do Estado da Bahia
Aves costumam viver em família, bando ou grupos na região da caatinga, no nordeste do Estado da Bahia (Crédito: PAULO PINTO / AGÊNCIA BRASIL)

Nasceu, em 3 de janeiro, a primeira arara-azul-de-lear de 2025 no Núcleo de Conservação da Fauna Silvestre (Cecfau), mantido pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil). Com este filhote, são 14 os indivíduos da espécie no local, considerada a “maternidade” de animais ameaçados de extinção. Em 2024, seis araras-azuis-de-lear nasceram no Cecfau.

Ainda não se sabe o sexo da ave, que está sendo cuidada “na mão” no Cecfau. Isso significa que está sendo alimentada pelos profissionais e mantida no berçário, que fica em Araçoiaba da Serra, Região Metropolitana de Sorocaba.

Os pais, batizados de Maria Eduarda e Dumont, são vítimas do tráfico de animais, foram recuperados pela equipe da “maternidade” e vão seguir sendo cuidados no local. Já a nova ararinha, depois que aprender a voar e a se alimentar sozinha, será avaliada e poderá ser transferida para outra instituição e, posteriormente, solta na natureza.

O Cecfau integra o Programa de Manejo Populacional da Arara-azul-de-lear desde sua inauguração, em 2015, com o objetivo de auxiliar na conservação da espécie por meio de ações como as de projetos de conservação integrada.

O centro se consolidou como referência na reprodução e conservação ex situ de espécies ameaçadas de extinção, ou seja, fora de seu habitat. É o local onde os pesquisadores promovem a procriação desses animais para evitar o desaparecimento deles e também garantir, quando possível, a reinserção deles na natureza.

Desde 2019, 22 filhotes de araras-azuis-de-lear nasceram no núcleo e, ao todo, dez indivíduos já foram enviados para soltura na região do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, na Bahia.

Conheça a ave

A arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) é uma ave endêmica brasileira que costuma viver em família, bando ou grupos na região da caatinga, no nordeste do Estado da Bahia. As araras utilizam os paredões rochosos de arenito-calcário, que são cheios de fendas, como ninhos e dormitório. São consideradas algumas das aves mais inteligentes e possuem certa fidelidade aos locais de alimentação e reprodução, sendo difícil encontrá-las sozinhas em vida livre.

É um pouco menor do que a arara-azul-grande e possui uma cauda longa e bico poderoso. Ela mede cerca de 75 centímetros, pesa 950 gramas e pode viver, em média, 50 anos na natureza. A plumagem é na cor esverdeada na cabeça e pescoço, desbotada na barriga, e cobalto na parte superior das asas e cauda. Possui ainda manchas amarelas características que ficam próximas ao bico.

A ave se alimenta de coquinhos da palmeira Licuri (Syagrus coronata), embora também busque outros itens alimentares, como baraúnas, pinhões, umbus, mucunãs e até milhos-verdes. O tráfico de animais silvestres e a destruição do habitat são os principais fatores de ameaça desta espécie, considerada em perigo de extinção. (Agência SP)