Tecsis não tem licença para estocar pás eólicas em Sorocaba
Estimativa é de que 14 pás, de cerca de 13 toneladas cada, tenham sido queimadas no último incêndio. Foto: Marcel Scinocca
A Tecsis Tecnologia e Sistemas Avançados S.A não tinha autorização para estocar pás eólicas no terreno localizado da avenida Conde Zepellin, no Distrito Industrial de Sorocaba. No local ainda estão armazenadas mais de 90 pás eólicas, com aproximadamente 13 toneladas cada. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (22) pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Conforme a instituição, o armazenamento do material foi autorizado para a Tecsis em uma área localizada na rua Seike Murakami, 211. O terreno fica no bairro de Aparecidinha. No terreno da Conde Zepellin foram registrados ao menos dois incêndios, sendo que um deles provocou a queima de 14 pás.
O fato ocorreu em 7 de agosto e provocou reclamações de centenas de pessoas de vários bairros de Sorocaba, em especial, da região do Éden. Sete dias após o início do fogo, fumaça e a uma lenta combustão de material ainda podiam ser observadas no local.
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A Cetesb informou ainda que a empresa obteve licenças para a produção de pás eólicas em 13 endereços distintos no município, cujas atividades foram gradativamente encerradas até o segundo trimestre de 2017.
A estimativa é que restaram nos terrenos quantidades que ultrapassam 1.300 toneladas. Foto: Erick Pinheiro / Arquivo JCS
Entretanto, com relação ao endereço do “cemitério de pás”, mostrado em reportagem exclusiva do Cruzeiro do Sul, de setembro de 2018, não havia a autorização. “Não há registros de licença para esta atividade na avenida Conde Zepellin”, destaca a Companhia Ambiental .
A instituição afirmou também que “concluirá nos próximos dias a avaliação relacionada ao incêndio registrado no início do mês e aplicará as medidas administrativas cabíveis. A instituição faz referência ao local do incêndio como rua Jerome Case, número 2.400, que também dá acesso ao cemitério de pás.
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Ao visitar o local na semana passada, o secretário de Meio Ambiente da Prefeitura de Sorocaba. Maurício Mota, afirmou que já havia a suspeita de que não havia a licença também da Prefeitura de Sorocaba para a estocagem do material. O Executivo ainda não formalizou a questão.
Reunião
O vereador João Donizeti (PSDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara de Sorocaba, realizou nesta quinta uma reunião com o promotor Jorge Alberto Marum, que investiga o caso no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
O vereador protocolou denúncia ao promotor, no sentido de balizar a possibilidade de impetrar ação civil pública. O objetivo é solicitar o empenho imediato por parte da empresa para retira do material. Conforme o vereador, Marum se comprometeu em notificar a empresa, requerendo providências com relação ao caso.