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As maravilhas do Pantanal brasileiro no olhar de Sergio Roberg

Exposição "Emergência Climática", no Macs, tem 12 imagens que bem retratam esse importante bioma

25 de Junho de 2022 às 23:01
Wilma Antunes [email protected]
O fotógrafo é apaixonado por onças e garante que não sente medo delas.
O fotógrafo é apaixonado por onças e garante que não sente medo delas. (Crédito: Sergio Roberg)

As maravilhas dos pantanais brasileiros agora podem ser vistas bem de perto. E não é pela televisão, como a gente está acostumado. É no Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba (Macs), que inaugurou a exposição “Emergência Climática” no último dia 17. A mostra conta com 12 imagens que apresentam o Pantanal sob o olhar do fotógrafo Sergio Roberg.

As fotos foram impressas em canvas, um tipo de tecido de algodão que recebe pigmentos puros em sua tela. Desta forma, o resultado final traz um aspecto mais artístico. Parece que foi pintado à mão, mas tudo foi capturado pela lente da câmera. E se receber os devidos cuidados, o quadro pode durar mais 400 anos. Já pensou que as gerações futuras podem visitar essa mesma exposição, só que no ano de 2422?

O processo de produção dessas obras é realmente fantástico. E cá entre nós, o Roberg tem bastante história para contar. Afinal, são mais de 50 anos dedicados à fotografia de ambientes da natureza. Durante todo esse tempo, ele já capturou mais de 150 mil imagens só da natureza.

Roberg já viu quase de tudo, e inclusive deu de cara com uma onça-pintada quando tentava fotografar uma planta em um lago. “Eu estava de barco com um guia. Eu pedi para ele parar porque queria fotografar uma orquídea que boiava na água. Então, ele falou: ‘Sergio, olha para trás’. Quando eu olhei, havia uma onça enorme a uns três metros de distância. Aí o que eu ia fazer? Fotografar, é claro”, contou.

Exposição é uma pequena amostra de uma biblioteca com mais de 150 mil fotos. - WILMA ANTUNES (17/6/2022
Exposição é uma pequena amostra de uma biblioteca com mais de 150 mil fotos. (crédito: WILMA ANTUNES (17/6/2022)

Se acha que ele ficou com medo, você errou feio. O fotógrafo é apaixonado por onças e disse que um dos seus lugares preferidos é o rio Três Irmãos, que fica na cidade de Porto Jofre, em Mato Grosso. Por lá, essas felinas são bem famosas e não têm vergonha nenhuma de aparecer em público. Você teria coragem de encarar uma viagem dessas?

As telas exibidas no Macs contemplam diversas regiões. Uma delas, o Pantanal da Serra do Amolar, que fica na divisa do Brasil, Bolívia e Paraguai. Aliás, você sabia que existem 11 microrregiões pantaneiras em solo brasileiro? Esses locais são: Abobral (MG), Aquidauana (MS), Barão de Melgaço (MG), Cáceres (MG), Miranda (MS), Nabileque (MS), Nhecolândia (MS), Paiaguás (MS), Poconé (MG) e Murtinho (MS).

Já o Pantanal do Paraguai, que também está entre essas microrregiões citadas, vai desde os limites no pantanal de Cáceres, até as do Maciço do Urucum, ao Sul de Corumbá (MS) e representa, em sua maioria, a grande planície de inundação do Rio Paraguai.

Pescadores estão entre os temas das imagens, além de paisagens e animais  - WILMA ANTUNES (17/6/2022
Pescadores estão entre os temas das imagens, além de paisagens e animais (crédito: WILMA ANTUNES (17/6/2022)

São lugares bem distantes de Sorocaba mas, com as 12 telas expostas no museu, é possível viajar nas imagens, mesmo sem sair da cidade. Montanhas, lagos, pescadores, onças-pintadas e jacarés são apenas alguns dos protagonistas das fotografias de Roberg.

“Nas minhas folgas, eu comecei a viajar para os pantanais, para a Amazônia, Patagônia, no Chile... Sempre para fotografar bichos, passarinhos. Nessa brincadeira, eu consegui montar uma biblioteca com mais de 150 mil fotos de natureza. É uma paixão louca. Amo o que eu faço”, disse o fotógrafo.

O Macs fica na avenida Afonso Vergueiro, nº 280, Centro -- ao lado da Estação Ferroviária. Outras informações estão disponíveis no site do museu. Basta acessar www.macs.org.br.

Autor já passou pelo Cruzeirinho

O interesse de Sergio Roberg pela fotografia começou na infância, aos 12 anos. Ainda menino, ele ganhou sua primeira máquina fotográfica, uma Asahi Pentax Spotmatic, e alguns rolos de filme. O presente foi dado pela sua mãe, Lyba Frydman, que foi uma jornalista especializada em artes e espetáculos.

Com o tempo, a paixão pela fotografia e pela natureza só aumentou. Então, ele se tornou fotógrafo, jornalista e publicitário. Em busca de uma vida com mais qualidade, Roberg se mudou para Sorocaba e, durante os anos de 1982 e 1987, trabalhou como editor do caderno de Variedades do jornal Cruzeiro do Sul. Ele também fez trabalhos para o Cruzeirinho. Inclusive, o seu apelido por aqui era “Abelhinha”, porque ele adorava retratar abelhas em seus desenhos.

Sergio Roberg é fotógrafo, jornalista e publicitário. - EMÍDIO MARQUES/ARQUIVO JCS (28/2/2018
Sergio Roberg é fotógrafo, jornalista e publicitário. (crédito: EMÍDIO MARQUES/ARQUIVO JCS (28/2/2018)

Para Roberg, fotografar é também uma ferramenta de luta ambientalista. “Eu sinto que certas fotos tocam o coração das pessoas na causa da defesa da natureza! Hoje tenho pesquisado muito e minha fotografia passou a ser autoral. Misturo fotografia com pintura, com escultura e meios eletrônicos”, explica.

Atualmente, ele tem um estúdio de fotografia na área rural na Serra do São Francisco, entre as cidades de Sorocaba e Votorantim. A região é repleta de florestas da Mata Atlântica e as matas do Cerrado, além de muita vegetação e animais. (Wilma Antunes)

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