Desde que um casal de sabiás escolheu a varanda da minha casa para fazer ninho, eu tenho prestado mais atenção aos passarinhos. Os ovos chocaram, os filhotes cresceram e bateram asas. Todos os dias eu dou uma espiada no cantinho que eles ocupavam, já com saudade do piar escandaloso no café da manhã.

Na escola, eu reparo nos sanhaços que cantam nos galhos baixos e sempre tem um bem-te-vi pelo caminho anunciando a presença de todos. Sem falar nos pardais, que vivem atrás de um cisquinho de pão. O protagonista desse livro é justamente um pardal, esse passarinho miudinho que a gente vê em todo lugar. Esse pardal morava numa grande árvore de um parque verde. Todos os dias, logo após o amanhecer, ele e os outros pardais voavam até um café ao ar livre e lá ficavam esperando para se alimentar das migalhas que os clientes derrubavam. O mais rápido comia mais.

Mas um dia, ao acordar, o pardal percebeu que havia algo errado: seu bico estava quebrado. Cada dia mais magro e mais faminto, os amanheceres foram ficando difíceis.

E agora? Como poderá um animalzinho tão frágil e indefeso sobreviver num mundo tão grande e perigoso com o bico quebrado?

Essa história emocionante e tão singela é de autoria de Nathaniel Lachenmeyer e Robert Ingpen, traduzido por Marina Colasanti e publicado pela Editora Global.

Vanessa Marconato Negrão é professora e apaixonada por literatura infantil.