Arraiá Junino
É tempo de Festas Juninas
Junho é o mês mais gostoso do ano porque conta com muita comilança, dança típica, tradição e celebrações culturais
Dança, mesa farta com comida típica, fogueira, músicas caipiras e roupas xadrez. Esse combo te lembra alguma coisa? Há quem diga que junho é a melhor época do ano justamente por causa delas: as festas juninas! O arraiá é tão bom que se estendeu para o mês de julho. A festança é muito querida, mas você sabe sua origem, as diferenças entre as de hoje e às de antigamente? Fica aqui que vamos te contar tu-di-nho.
Durante o período colonial, que durou entre 1500 e 1822, os portugueses trouxeram as festas em homenagem aos santos Antônio, Pedro e João. Os três tornaram-se ícones da cultura nordestina, onde as festas de junho estão entre as mais famosas do mundo. Com o tempo, os colonizadores foram incorporando à festividade elementos das culturas indígena e africana, presentes no nosso País. Assim, as festas juninas no Brasil se tornaram uma mistura de danças típicas, como a quadrilha, muitas embaladas pelo ritmo do forró ou música caipira. Também é comum ter fogos de artifício e muitos pratos tradicionais. E as guloseimas? Uma mais gostosa que a outra, muitas com o uso do milho e a canjica, por exemplo. Mas, daqui a pouco, falamos sobre elas.
“A festa junina junta a família, os amigos. Ela representa a dança, comida, a união das pessoas”, opinou Daniel de Alexandre Raimundo, de sete anos. Por falar em dança, ele não deixa o esqueleto parado quando as primeiras notas musicais começam a tocar. “A gente movimenta o corpo, fica do lado dos amigos”, complementou o garoto, que teve a presença da família durante a apresentação junina da escola Prof. Maria de Lourdes Aires de Moraes.
Por trabalhar com educação, a mãe do Daniel sabe muito bem a importância de transmitir para as crianças de hoje toda essa tradição que percorre séculos. “As festas e celebrações fazem parte de várias cidades do Brasil, e onde moramos não é exceção. Além de ser uma época muito agradável, é importante que ele conheça e tenha acesso a essa festividade”, opinou Raiane Martins de Alexandre. Qualquer tipo de conhecimento é muito valioso e precioso. É fascinante explorar o diferente”, complementou a jovem de 25 anos.
Uma boa festa tem de ter comida, não é mesmo? O milho é um ingrediente essencial nas comidas típicas dos festejos juninos no Brasil. Sua origem tem a ver com os povos indígenas que cultivavam e consumiam o milho há milhares de anos, antes mesmo da chegada dos colonizadores europeus. Ele simboliza a colheita, a abundância e a conexão com a natureza, sendo utilizado em rituais, festividades e como ingrediente central em pratos festivos. O milho é uma representação dos ciclos da vida, da renovação e da gratidão pela terra e seus frutos.
Mas, além dele, preparos com o amendoim, como a paçoca, também fazem sucesso. Como tudo na vida, as comidinhas das festas juninas também tiveram “upgrades”. Hoje é fácil encontrar, além dos pratos típicos, comidas variadas. Tem maçã do amor, pastel, lanche, sopa, entre outros. É tanta delícia que só de pensar já dá agua na boca, não é mesmo?
Diferenças pelo Brasil
O Brasil é tão gigante. Por mais que moremos em um Estado que tenha influência de várias culturas, as chances de não conhecermos os festejos juninos de outros cantos do País são grandes.
Apesar disso, a Alicia Alves Siqueira, de sete anos, contou para gente que adora dançar o boi-bumbá. “É bonito e colorido”, disse a pequena. A cultura desse ‘animal’ é difundida no Maranhão. Por lá eles têm vários sotaques. Entre eles a matraca, zabumba, da ilha. Elas são formas diferenciadas de fazer musicalmente a brincadeira do boi com diversos personagens também que se distinguem no Estado maranhense.
No Amazonas, a grande festa de Parintins ocorre entre os bois Caprichoso e Garantido. O que seria a brincadeira do boi passa a ser uma festa única, a festa junina em si é em volta do boi. A festa ocorre no último fim de semana de junho. Em Manaus, as cirandas são um destaque dos festejos.
No Ceará, assim como em outros Estados da Região Nordeste, o tecido de chita está presente nas vestimentas à decoração. As crendices populares para “arrumar um marido” também fazem parte da brincadeira no estado. (Com informações da Agência Brasil e Universidade Federal do Recôncavo da Bahia)
Festas na região são destaques no País
Os meses de junho e julho são marcados pelas roupas xadrez. E a nossa região não fica de fora. Cada cidade monta uma programação própria, mas existem duas festas que são bem famosas por aqui: a Festa Junina de Votorantim e a Festa Julina de Sorocaba.
A de Votorantim acaba hoje (23) e recebeu milhares de pessoas ao longo de quatro semanas. Ela é conhecida como a maior Festa Junina do Estado de São Paulo. Com opções de shows infantis, parque de diversões, muita comida boa, a criançada se divertiu à beça.
“Acho bacana levá-la para festas que existem hoje, pois quando tinha idade dela eu amava (a festa) e gosto muito até hoje, criava a expectativa da dança com os colegas, da roupa, dos doces e brincadeiras”, disse Mariana Alves Teixeira, de 29 anos. A mãe da Alicia, que adora o boi-bumbá, contou para nós que a filha ama o clima junino, principalmente pelas brincadeiras. “A hora que a gente joga a vara e ganha o pacotinho é o mais legal”, complementou a menina de sete anos.
Tá achando que a festa acabou? Claro que não, sô! Julho tem mais arraiá em Sorocaba. A Festa Julina da cidade, realizada no Alto da Boa Vista, promete demais. Vai ter Stand Up Comedy, megatenda do Circo da Julina com espetáculo circense de verdade. E claro, parque de diversões. Entre as atrações, tem para todos os gostos, desde os mais corajosos até para os que buscam por emoções mais amenas: Xtreme 360, Montanha Russa, Kamikaze, Crazy Dance, Roda Gigante com mais de 20 metros de altura, Carrossel, Amor Express, entre outros.
Neste ano, 29 entidades assistenciais do município serão responsáveis por comandar as tradicionais barracas de comidas e bebidas típicas. A festança acontece entre os dias 3 e 28 de julho. Bora colocar a bota, a camisa xadrez e se aventurar em mais uma festa tipicamente brasileira? (Thaís Marcolino)
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