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Lição de vida

Escoteiros, sempre alerta, em busca de melhorar o mundo

Objetivo é desenvolver aspectos físicos, afetivos, de caráter, intelectuais e sociais dos participantes

20 de Julho de 2024 às 21:36
Vinicius Camargo [email protected]
Por meio das atividades, os escoteiros adquirem conhecimentos e desenvolvem habilidades que levarão consigo para o resto da vida.
Por meio das atividades, os escoteiros adquirem conhecimentos e desenvolvem habilidades que levarão consigo para o resto da vida. (Crédito: VICTOR WILLIAN / DIVULGAÇÃO)

Eles usam boné, lenço e uniforme. Reúnem-se para fazer diferentes atividades em um lugar específico ou pela cidade. Você já deve ter visto algum grupo de escoteiros, mas sabe o que eles fazem? O escotismo tem como objetivo transformar os participantes em pessoas melhores. Eles também aprendem sobre a importância de respeito ao próximo e de cuidar da natureza. Tudo isso para poder ajudar na construção de um mundo mais positivo.

O movimento foi fundado em 1907, pelo militar Robert Baden-Powell, na Inglaterra. Com base nos ensinamentos e habilidades que aprendeu no Exército, ele criou o escotismo com a intenção de ajudar no desenvolvimento de crianças e jovens. Segundo Randal Juliano Gonçalves, de 35 anos, comissário distrital do 20º Distrito Escoteiro Sorocaba, trata-se de um movimento de educação não formal.

Por meio de diversas tarefas, os escoteiros trabalham aspectos físicos, afetivos, de caráter, intelectuais e sociais, além da espiritualidade. Todos os sábados, eles se encontram para aprender sobre tudo isso na prática. A intelectualidade, por exemplo, é explorada com visitas a museus, além de estudos sobre leis de trânsito e da história da cidade. Já a solidariedade é estimulada a partir de campanhas de arrecadação de alimentos para serem doados a instituições, dentre várias outras iniciativas.

De acordo com Randal, todas as ações — e o escotismo em si — visam aflorar os aspectos positivos dos participantes, para torná-los seres humanos cada vez melhores. Com isso, espera-se que eles apliquem os ensinamentos e façam a diferença na sua comunidade. “Queremos formar um cidadão de bem, uma boa pessoa, autônoma, com espírito de liderança e que saiba trabalhar em equipe”, diz.

Avanços visíveis

Quem está no movimento consegue ver os próprios avanços. Inspirada por uma irmã mais velha, Sophia Ferreira Ramos, de 12 anos, virou escoteira há cinco anos. No começo, ela se assustou com a quantidade de coisas para aprender, mas logo se encantou. Agora, nem pensa em sair, principalmente, por conta dos novos conhecimentos e amigos. “Aprendo a como ser uma pessoa melhor, como cuidar do meio ambiente e como ser melhor com as outras pessoas”, conta.

João Pedro Reis Aparecido Gomes, de 13 anos, é escoteiro há cinco anos. Ele decidiu entrar após pesquisar sobre o escotismo na internet e se interessar. O jovem diz ter ficado mais respeitoso, humilde e empático. Também desenvolveu habilidades úteis, como construir barracas, abrigos, bancos, mesas, estruturas de bambu, fogueira, fogão e forno. Aprendeu, ainda, a cozinhar e a fazer alguns artesanatos.

Devido aos diversos benefícios gerados pelo escotismo em sua vida, João até motivou dois amigos a ingressarem. “Muda a vida, a cabeça de muitas pessoas que não têm ajuda em casa e podem ter no escoteiro”, comenta. “Além de ser um grupo, é uma família também.”

Nicoly Rico Martinho, de 10 anos, também descobre muitas novidades — e essa é a sua parte favorita. Integrante de um grupo há dois anos, ela começou a participar por vontade própria. A garota adora as brincadeiras e sabe que, além de divertidas, essas atividades ensinam sobre assuntos importantes. E ela guarda bem os todos os ensinamentos, provando estar sempre atenta; ou melhor, “sempre alerta”, como diz o lema escoteiro. “Não pode jogar lixo na rua, no mar, no lago”, cita um de seus aprendizados.

Saber mais sobre tudo também é a parte preferida de Artur Legname Gobi, de 7 anos. Lobinho (como são chamados os escoteiros de 6 anos e meio a 10 anos) desde 2023, ele quis conhecer o movimento educacional uma vez, gostou e ficou. O menino recorda, com entusiasmo, de quando visitou o Aeroclube de Tatuí e ficou por dentro da história da aviação. Ele ainda gosta muito das ações nas quais têm contato com a natureza. “Às vezes, a gente vai no meio do mato e fica tipo aventureiro”, fala. Nesses passeios, o pequeno compreende a importância de economizar e não poluir a água, assim como o meio ambiente, e de preservar as árvores. “Se as árvores forem desmatadas, nós não vamos ter oxigênio”, informa, mostrando o seu repertório afiado.

Cidade tem 11 grupos

Sorocaba tem 11 grupos de escoteiros. Caso você queira entrar em um deles, basta ir até o mais próximo da sua casa ou naquele que mais te interessar e se inscrever. O único requisito é ter, no mínimo, seis anos e meio. Não há idade máxima e até mesmo adultos podem entrar para o movimento.

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