Nos últimos anos o skate tem caído no gosto da garotada. As pistas nunca estiveram tão cheias como agora. Um dos motivos para isso acontecer são as vitórias de Rayssa Leal, sobretudo nas Olimpíadas. A “fadinha”, como ficou conhecida, tem inspirado muitas crianças a perderem o medo do equipamento e se aventurarem nas manobras. A maranhaense e multicampeã tem até uma “ajudante” em Sorocaba. O nome dela é Alice Lorrany Domingues Silva e faz inacreditáveis movimentos em cima do shape (tábua de madeira) com apenas quatro anos. A habilidade já garantiu alguns reconhecimentos e até prêmios.

Aos três anos, realizou sua primeira grande manobra ao “dropar” um half de 3.6 metros - considerado o drop mais alto nos obstáculos quarter e rampa 45°. O feito, assim como tantos outros, proporcionou o reconhecimento no Internacional Star Kids Awards, votos de congratulações da Prefeitura de Sorocaba e de aplausos da Prefeitura de Avaré, o título de campeã geral infantil e feminino infantil no “Skate Jam Session”, realizado em Valinhos neste ano.

Quem a acompanha, na maioria das vezes, nos campeonatos é o seu pai, Carlos Alexandre Silva. Ele contou que se surpreende com a habilidade e autonomia da pequena. “Quando vejo que com quatro anos eles (atletas de ponta hoje) não andavam nem a metade do que ela anda agora, eu penso assim: ‘Ela é fora do normal mesmo’, e eu fico emocionado. Tenho certeza de que o futuro dela será bem promissor”, conta.

Além do apoio de toda família - entre eles mãe Rafaelly, irmão Rafael e pai Carlos - o desenvolvimento de Alice também leva o nome de seu treinador: Elizeu Felismino da Silva, o professor Elizeu Black. O profissional de 28 anos conheceu a pequena há pouco mais de um ano e quando era ainda uma aula experimental já foi surpreendido por conseguir fazer manobras que na idade dela é mais difícil. Apesar da pouca idade, seu mestre nas pistas acredita que “sim, pode vir uma Olímpiada futura aí e representando a gente. Pode esperar um campeonato brasileiro, pode esperar um paulista, que eu acredito que ela vai chegar sim”, complementou.

Apesar da rotina de treinos às terças e quintas-feiras, Alice também faz natação e academia lúdica. A skatista sim é uma criança como outra qualquer e gosta de brincar com os amigos. “Tem dia que ela acorda, vai brincar de outras coisas, como boneca que ela adora. É uma criança como qualquer outra, porém com habilidades maravilhosas de skate”, apontou sua mãe Rafaelly.

Em meio às manobras realizadas no Parque das Águas, nossa equipe conversou um pouco com Alice. A pequena nos contou que, realmente, adora bonecas e que não tem nenhum medo de fazer drop, quarter, rampa ou caixote. Ela também nos contou que gosta muito de andar de skate.

Lembra que no começo falamos sobre a Rayssa Leal e o incentivo dela na garotada pelo mundo? Alice também nos falou um pouquinho sobre isso e até tem um skate autografado por ela. O shape é guardado com muito carinho. “Foi muito legal conhecer a Rayssa, eu sou ajudante dela né”, finalizou a pequena.

Para saber mais sobre Alice Lorrany, basta acessar suas redes sociais: @alicelor ranysk8

A primeira vez a gente nunca esquece

Quem vê as conquistas da pequena não imaginava que o skate começou em sua vida de maneira despretensiosa. Com dois anos, Alice e seu irmão participaram de um evento e as crianças ganharam presentes. Na época, uma boneca era o brinquedo perfeito, enquanto o irmão pediu um skate. Quando a tábua de madeira sobre rodas chegou, foi paixão à primeira vista aos olhos da pequenina.

Com apenas dois anos e cinco meses, ao ir com a família a uma praça de Sorocaba, que tem uma pista de skate, Alice ficou olhando o irmão e outros meninos fazendo algumas manobras. Ela não pensou duas vezes, pegou o equipamento sem ninguém ver e desceu a rampa.

Seu irmão, quando se deu conta do que acontecera, falou para o pai que a pequena tinha descido a rampa, o pai só perguntou se ela estava sentada, mas, corajosa que é, Alice surpreendeu a todos ao descer em pé, como uma profissional. A partir daí, a gente já sabe, a garota não parou mais, mostrou aos pais que era esse esporte que ia fazer e foi evolução atrás de evolução. E assim continua. Muitas vitórias para Alice!