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Conservação ambiental: como a química analítica auxilia na sustentabilidade ambiental

Técnicas da química analítica, como a titulação, possibilitam a quantificação de diversos poluentes

17 de Junho de 2024 às 10:12
Conservação ambiental
Conservação ambiental (Crédito: Unsplash)

Na batalha constante travada para conter as mudanças climáticas e o aquecimento global, a necessidade de conservar o meio ambiente tem se tornado cada vez mais notável. Nesse contexto, medidas como conter o desmatamento da floresta Amazônica, proteger espécies ameaçadas de extinção e promover uma relação sustentável entre humanos e a natureza são indispensáveis.

A Química Analítica desempenha um papel de destaque nesses e em outros esforços para conservar a natureza, pois fornece as ferramentas e técnicas para monitorar, interpretar e mitigar os impactos ambientais.

O que é conservação ambiental?

Conservação ambiental compreende um conjunto de iniciativas feitas por indivíduos, comunidades, corporações, governos e outros tipos de entidades para conservar o meio ambiente. O foco da conservação ambiental é proteger, manter e aprimorar as condições de espécies, da comunidade ecológica e do ecossistema existente.

Frequentemente, as áreas escolhidas para conservação são selecionadas de forma estratégica a fim de proteger espécies e ecossistemas ameaçados de extinção. O ideal é que a equipe responsável

pela iniciativa realize uma gestão e investigação constante nas áreas de conservação para certificar que as medidas tomadas estão sendo eficazes.

Isso inclui garantir que as áreas permaneçam funcionais e saudáveis para reduzir as chances de novas perdas de biodiversidade por meio de medidas como controle de espécies selvagens, verificação de contaminação no solo, entre outras checagens.

Como a Química Analítica auxilia na conservação ambiental?

Como explica Sílvio Vaz Júnior, doutor em Química Analítica, pesquisador da Embrapa Agroenergia, a Química Analítica opera através do desenvolvimento e aplicação de métodos e técnicas analíticas capazes de fornecer resultados representativos, confiáveis e rastreáveis, conforme os padrões de qualidade nacionais e internacionais.

Essa ciência é essencial para assegurar a qualidade das matrizes ambientais, como água, ar e solo, e sua aplicação é crucial para a determinação de compostos químicos relevantes em áreas como a farmacologia, a perícia forense, a indústria, entre outras.

No contexto ambiental, podemos destacar as seguintes aplicações das técnica de Química Analítica:

Monitoramento da qualidade da água

A contaminação de fontes naturais de água, como rios, por exemplo, por poluentes como agrotóxicos, metais pesados, esgoto doméstico e outras substâncias contaminantes é uma ameaça à saúde humana e das espécies nativas, sendo capaz de destruir ecossistemas se não for controlada.

A Química Analítica auxilia na preservação do recurso hídrico através de técnicas como a titulação permite que profissionais especializados realizem a análise detalhada de amostras de água a fim de identificar e quantificar os contaminantes presentes nela. O resultado dessa análise guiará a tomada de medidas para o tratamento e proteção das áreas analisadas.

A titulação é uma técnica clássica da Química Analítica que evoluiu junto a tecnologia, destacando-se como método preciso e versátil para a quantificação de diversos poluentes. Ela possibilita que o químico determine a concentração de uma substância a ser quantificada (chamada de analito) através da sua reação com um reagente de concentração conhecida (o titulante).

Avaliação da qualidade do solo

A produtividade agrícola sustentável e os esforços de conservação ambiental dependem da qualidade do solo, pois é ele que fornece os nutrientes essenciais para o crescimento de plantas.

Através de técnicas como análise granulométrica e a já mencionada titulação, a Química Analítica marca presença ao prover formas de avaliar a fertilidade do solo, medida fundamental para monitorar deficiências e excessos de nutrientes. Com base nos achados, pode-se propor usos adequados de fertilizantes e promover práticas agrícolas sustentáveis para que o solo não seja ainda mais prejudicado.

A análise granulométrica fornece informações sobre a textura do solo, indicando a proporção de areia, silte e argila presentes. Ela é especialmente útil para várias aplicações, como agricultura, construção e estudos ambientais. Na prática, a técnica envolve peneirar uma amostra de solo para separar e medir as partículas de diferentes tamanhos com intuito de entender sua composição e características.

Medição de emissões de poluentes

A Química Analítica frequentemente entra em cena para monitorar as emissões de gases nocivos, como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e outros poluentes que provocam o efeito estufa. Isso por meio de técnicas como análise de gases e espectrometria de absorção atômica.

As informações derivadas dos resultados das análises são essenciais para o controle da poluição do ar e a implementação de medidas de mitigação ambiental pelas indústrias responsáveis por emissão de poluentes.

A espectrometria de absorção atômica ou EAA permite determinar a quantidade de um elemento específico em uma amostra com alta precisão e sensibilidade. Na prática, a EAA mede a concentração de metais em uma amostra ao atomizá-la em uma chama ou forno, passando luz através dela e, por fim, detectando a quantidade de luz absorvida pelos átomos específicos do elemento analisado.

Esses são apenas alguns dos numerosos usos da Química Analítica nas estratégias de conservação ambiental que exemplificam como podemos garantir um futuro mais verde e próspero para as próximas gerações com o auxílio da ciência.