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Morte assistida

Poeta Antônio Cicero se despede com carta

23 de Outubro de 2024 às 23:02
Cruzeiro do Sul [email protected]
Antônio Cicero tinha 79 anos
Antônio Cicero tinha 79 anos (Crédito: DIVULGAÇÃO)

O poeta carioca Antonio Cicero, imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), letrista e irmão da cantora Marina Lima, se despediu dos amigos com uma carta. Com Alzheimer, ele morreu ontem (23), após optar por suicídio assistido na Suíça.

Na carta, divulgada, junto com a notícia da morte, ele explicou a decisão ao mencionar a palavra eutanásia. O que é permitido na Suíça, e também em outros países, na verdade, é o suicídio assistido, quando o próprio paciente toma o remédio letal. É usado na maioria das vezes também por pacientes em estado terminal, que sofrem de doenças incuráveis. “Exceto os amigos mais íntimos, como vocês, não mais reconheço muitas pessoas que encontro na rua e com as quais já convivi. Não consigo mais escrever bons poemas nem bons ensaios de filosofia. Não consigo me concentrar nem mesmo para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo”, escreveu em um trecho da carta.

Antonio Cicero teve a trajetória na literatura cruzada com o universo da música. Escreveu letras de

canções como “Fullgás” e “Pra Começar” em parceria com a irmã Marina Lima e também colaborou com outros artistas, como João Bosco, Adriana Calcanhotto e Lulu Santos. Com Lulu, foi coautor do sucesso “O Último Romântico”. Cicero foi eleito imortal na ABL no dia 10 de agosto de 2017, ocupando a cadeira número 27 e sucedendo Eduardo Portella. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)