Eu já li
Hoje eu vi um Pica-Pau

Michal Skibinski nasceu em 1930, há 95 anos, em Varsóvia, na Polônia. Quando tinha oito anos, ele recebeu uma tarefa da escola: criar um registro diário com pequenos acontecimentos das férias. Essas anotações serviriam como um treino de caligrafia. O diário sobreviveu a todos esses anos e chegou às mãos do sobrinho de Michal, que confiou o material à editora polonesa Dwie Siostry, que transformou o diário em um livro ilustrado, cuja edição brasileira foi intitulada “Hoje Eu Vi um Pica-Pau”, publicado pela Editora Baião.
O que seria apenas um diário de anotações breves e corriqueiras sobre o dia a dia de uma criança acabou se tornando um documento histórico devido à ordem dos acontecimentos daquele ano de 1939.
O menino, que registrava em seu caderno passeios na floresta, trabalhos na horta com a avó e grandes tempestades, escreveu em 1º de setembro de 1939: “A guerra começou.” Nos dias que se seguiram, as anotações tornaram-se ainda mais impactantes, com frases como “Fiquei me escondendo dos aviões” e “Os alemães ocuparam a cidade.”
Essas foram as impressões de Michal sobre o início da Segunda Guerra Mundial, um grande conflito que ocorreu entre 1939 e 1945. Durante esse período, vários países do mundo lutaram entre si, divididos em dois grupos principais: os países do Eixo (como Alemanha, Itália e Japão) e os países Aliados (como Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética).
A guerra começou porque alguns líderes queriam mais poder e territórios, acreditando que seus países eram superiores aos outros. Esses líderes tomaram terras à força, o que causou enorme sofrimento, especialmente nos países invadidos.
No meio de tanta tristeza, muitas pessoas corajosas lutaram para defender a paz e ajudar quem precisava. Resgatar a história é essencial para garantir que tanto sofrimento nunca se repita.
Vanessa Marconato Negrão, professora e sócia afetiva da Academia Sorocabana de Letras