Buscar no Cruzeiro

Buscar

Sorocaba

Eduardo teria começado a abusar de Carol quando ela tinha 12 anos

Investigação encontrou "aplicativos espiões" no celular do ex-padrasto

16 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
Carol enviava para sua mãe os prints de conversas com Eduardo.
Carol enviava para sua mãe os prints de conversas com Eduardo. (Crédito: REPRODUÇÃO)

O caso do assassinato de Anna Carolina Pascuin Nicoletti, conhecida como Carol, acaba de ganhar um novo capítulo. Eduardo de Freitas Santos, ex-padrasto da vítima e acusado de matá-la, teria abusado sexualmente da jovem desde a infância. Além disso, o réu também teria instalado um “aplicativo espião” no celular de Carol para saber sua localização. O mesmo método de perseguição também teria sido praticado contra ex-companheiras de Eduardo. Essas informações são frutos de investigação policial.

Carol tinha apenas 24 anos quando foi encontrada morta em seu apartamento, com um tiro na cabeça, no dia 13 de novembro do ano passado. O imóvel que a jovem morava fica no bairro Wanell Ville, em Sorocaba. Ela costumava manter as portas trancadas. A Polícia Civil não constatou sinais de arrombamento na residência da vítima. Curiosamente, Eduardo fez curso de chaveiro para aprender a “abrir fechaduras”, segundo Elaine Pascuin, mãe da garota.

Conforme apurou o Cruzeiro do Sul, Carol teria contado à mãe sobre os abusos que sofreu de Eduardo quando já era adulta, com aproximadamente 19 anos. Segundo Elaine, a vítima relatou que os abusos ocorriam desde os 14 anos, porém, nunca disse nada porque tinha medo de causar conflitos entre a mãe e o então marido.

No entanto, a Carol teria dito para uma testemunha que começou a ser molestada pelo réu ainda na infância. De acordo com o relato, na ocasião, ele teria “passado a mão” na menina e os abusos sexuais teriam se consumado aos 12 anos. Outras pessoas também revelaram que a jovem contou sobre os episódios de violação cometidos por Eduardo. Após denunciar o réu na época, Elaine a filha conseguiram medidas protetivas contra o homem.

As perseguições por parte do réu ficaram ainda mais intensas depois que Carol conquistou sua independência financeira. Eduardo importunava a jovem com mensagens diárias no WhatsApp, abordagens na rua, perfis falsos nas redes sociais e até mesmo fazia contato com amigos da vítima para saber sobre sua rotina.

Intimidada com a situação, Carol passou a “printar” as conversas com Eduardo e mandar para Elaine. Em um dos diálogos com a mãe, a vítima diz: “Ele vai sossegar a hora que me matar”, se referindo ao ex-padrasto. Uma amiga da vítima também relata que a jovem teria passado a senha de desbloqueio de seu celular, caso “acontecesse algo”.

Estranhamente, dois celulares e um notebook de Carol não foram encontrados no apartamento. Entretanto, dinheiro e outros objetos de valor não foram levados. A investigação encontrou “aplicativos espiões” no celular de Eduardo. No programa, o réu guardava uma senha para rastrear a localização da ex-enteada e de uma ex-namorada.

No aparelho, também foram encontradas fotos de um revólver, que teriam sido tiradas no dia 8 de outubro de 2021, cerca de um mês antes do homicídio. As investigações ainda mostram que Eduardo passou algumas vezes de carro em frente ao local de trabalho da vítima, no fim da tarde. Além disso, os registros também apontam que o mesmo veículo transitou próximo ao apartamento de Carol horas antes do homicídio. (Wilma Antunes)