A última aula ministrada pelo professor Aldo Vanucchi aos alunos dos cursos de letras, pedagogia e história foi, de fato, uma das mais emocionantes da sua carreira acadêmica. No Salão Vermelho da Universidade de Sorocaba (Uniso), no câmpus Trujillo, cerca de cem pessoas, entre alunos e convidados, prestigiaram ontem (4) mais uma lição do educador, que aproveitou o evento para lançar o livro “Nós entre as palavras”.

Vanucchi nasceu em São João da Boa Vista, em 1928. Mudou-se para Sorocaba ainda menino, aos quatro anos de idade. Formou-se em teologia, filosofia e pedagogia, em cursos superiores realizados em São Paulo e no exterior, onde fez o mestrado em filosofia e em teologia, além de vários cursos de especialização na Itália, Suíça e na Bélgica.

Seguiu carreira como professor universitário, foi diretor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Sorocaba e diretor executivo da Fundação Dom Aguirre (FDA). Além disso, ele é criador da Uniso, exercendo a reitoria da instituição por quatro mandatos, de 1994 a 2010. Desde então é assessor especial da Reitoria e ouvidor. Como homenagem, a Cidade Universitária, câmpus principal que fica na Vila Artura, leva seu nome desde 2013.

O arcebispo metropolitano e presidente da FDA, dom Júlio Endi Akamine, esteve presente na cerimônia e elogiou a história do professor na universidade. O reitor, Rogério Profeta, também homenageou Vanucchi. “Impossível não ver a silhueta do Aldo na Fundação. Sorocaba não seria a mesma sem a grandiosidade que veio a partir do sonho deste professor”, disse.

Já Helenice de Barros, administradora geral da Fundação, falou que Vanucchi rasgou preconceitos, “tirou dos pés as amarras e calçou a coragem”. “O homem que sempre sonhou para a realização da sociedade. Evoluído nunca se abateu com as lutas”, declarou. O secretário de Cultura, Luiz Antonio Zamuner, também prestigiou o evento, representando o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos).

O Salão Vermelho agora passará a se chamar “Salão Nobre Professor Aldo Vannucchi”. O educador, que esperava uma cerimônia singela, se emocionou com as homenagens.

“Eu imaginava uma coisa tão simples, de repente virou assunto, virou preparativos, virou salão cheio e todo mundo esperando a última aula. Ninguém nasce sabendo andar, ninguém nasce sabendo falar. Precisamos aprender a aprender. A minha vida foi justamente essa. Se quiserem dar uma nota para a minha aula, podem dar 5, 6, 7.. mas o importante é que eu me dou uma nota de altíssima felicidade pelo tempo todo que aprendi lecionando”, concluiu. (Wilma Antunes)