Redutor de velocidade
Critérios para instalação de lombadas são questionados
Dispositivos são importantes, mas o problema é a quantidade excessiva em algumas vias

A instalação de lombadas em Sorocaba tem gerado questionamentos entre motoristas e pedestres, principalmente em vias onde esses obstáculos estão dispostos em intervalos muito próximos. Um exemplo é a rua Leondina Gonçalves Mobaier, que conecta o bairro Wanel Ville ao Júlio de Mesquita. Nesse trecho, alguns motoristas reclamam da quantidade excessiva de lombadas, já outros são a favor desses quebra-molas e a situação levanta dúvidas sobre os critérios adotados para a colocação desses redutores de velocidade.
Solicitação
O argumento central dessas demandas é a necessidade de reduzir a velocidade dos veículos em locais com grande fluxo de pedestres, como nas proximidades de escolas, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), ruas com descidas e praças públicas. A Secretaria de Mobilidade e Desenvolvimento Estratégico (Semob) informa que “cada situação de implantação de lombada é avaliada individualmente por técnicos da pasta, seguindo os critérios do Código Brasileiro de Trânsito (CTB) e do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)”.
Contudo, a Semob destaca que a lombada é utilizada em locais de circulação de veículos e que necessitam da “redução imperativa da velocidade, de forma a contribuir para um trânsito mais seguro e acessível para todos”.
“Tais dispositivos são colocados como fator preventivo contra acidentes, evitando colisões e atropelamentos, sendo que o abuso da velocidade é agravante de risco de ocorrências desse tipo, mesmo com a instalação de lombadas, é essencial que os motoristas respeitem os limites de velocidade e a sinalização para garantir a segurança de todos”, informa a Secretaria de Mobilidade, em nota.
Motorista reclama
Motorista que trafegava pela rua Leondina Gonçalves Mobaier apontou que o excesso de lombadas torna a circulação mais lenta e cansativa, principalmente em horários de pico. O motorista Carlos Aguiar, entrevistado pelo Cruzeiro do Sul, afirmou: “Parece que a cada quarteirão tem uma lombada. Além de incomodar quem dirige, isso pode aumentar o tempo de resposta em emergências, como para ambulâncias ou viaturas”.
Essa percepção de excesso de lombadas não se restringe apenas à Leondina Gonçalves Mobaier. Outras vias de Sorocaba, como a avenida Ipanema também são frequentemente citadas como exemplos de onde a quantidade de redutores de velocidade pode ser excessiva.
Visão dos comerciantes
Por outro lado, comerciantes que instalaram seus estabelecimentos na rua veem as lombadas como uma medida de segurança necessária. Fernando Pereira Ferraz é empresário e disse que se sente “mais seguro sabendo que os carros precisam reduzir a velocidade. Quando não tinha lombadas por aqui, tinha muitos acidentes”, comentou.
Para o mecânico Lucas Rogério, mesmo com a lombada, muitos motoristas não respeitam o limite de velocidade. “Vira e mexe os carros descem em alta velocidade passando pela lombada, chegando a desgrudar o carro do solo”, relatou. Ainda, Lucas reclama do horário de pico, dificultando a saída e tirada do carro de sua loja. “O pessoal não dá preferência, porque nesse horário, quando desce um, vem vários carros logo atrás. A lombada veio para evitar acidentes e melhorar o trânsito”, conclui. (João Frizo - programa de estágio)