Desativada desde 2018, a antiga fábrica da Campari, localizada no Alto da Boa Vista, zona industrial de Sorocaba, está praticamente no chão. O serviço de demolição era realizado ontem (30) e, ao que parece, está prestes a terminar.

O imóvel foi adquirido, no ano passado, pelo Grupo Tauste. O terreno de 216.718 metros quadrados e 50 mil metros quadrados de área construída estava à venda desde 2019 e o preço girava em torno de R$ 111,260 milhões. No entanto, o Grupo Tauste não informou quanto pagou pela planta industrial nem como pretende aproveitá-la.

No terreno que até então abrigava a antiga fábrica Campari havia 47 edificações, mas a maioria delas já foi derrubada. Restam apenas alguns prédios situados na parte lateral. Uma placa na entrada do imóvel informa sobre a demolição.

Quem passa pela rua Sadrac de Arruda consegue ver a movimentação de máquinas e funcionários da empresa responsável pela demolição.

Desde 2019

Em 2019, o terreno da Campari foi disponibilizado em uma plataforma virtual, com modelo de comercialização de proposta fechada, ou seja, os interessados podiam ofertar qualquer valor, sem quantia mínima. Nenhum negócio foi firmado na ocasião. Com isso, em 2021, o tipo de transação mudou, sendo estabelecido lance inicial de R$ 60 milhões.

O Grupo Tauste arrematou a área em agosto de 2023, mas não se sabe por quanto. No ano passado, a rede de supermercados informou ter adquirido o terreno por ele ser “de relevância estratégica” para a empresa.

O Cruzeiro do Sul questionou o grupo sobre o preço pago; o cronograma de obras; se será instalado um novo supermercado ou centro de distribuição no local; a data da inauguração; o valor do investimento e se haverá geração de empregos. Porém, não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

O Grupo Tauste já possui três unidades de supermercados em Sorocaba, nas zonas sul, oeste e norte.

Prédio histórico

Registros históricos dão conta de que outras fabricantes de bebidas precederam a Campari no terreno. Em 1959, o empresário Mário Amato queria engarrafar um uísque que seria dado de brinde a amigos. Ele precisava de estrutura para isso e, então, comprou as instalações de uma destilaria ali existente. Com o sucesso da bebida, outra mais requintada passou a ser engarrafa — o uísque Drury’s, produzido com malte da Escócia.

Depois, o grupo Heublein adquiriu a planta e começou a produzir o conhaque Dreher. Em 2001, o complexo passou a ser do Campari Group. Quando fechou, em 2018, a empresa fabricava as marcas Aperol, Dreher, Skyy, Old Eight, Drurys, Cynar, Cinzano e Sagatiba e empregava 120 pessoas.

Na época, o grupo informou ter tomado a decisão devido à “necessidade de realizar ajustes de demanda que impactam em projeções futuras”. A linha de produção, então, foi transferida para Suape (Pernambuco) e os setores administrativos para Barueri (São Paulo).