História
Por que a Páscoa é a data mais importante do calendário cristão?

A Páscoa é a celebração mais importante do calendário religioso cristão por comemorar a ressurreição de Jesus Cristo, que segundo a crença cristã veio à Terra para salvar a humanidade de seus pecados. O Natal também é importante, mas o nascimento é comum a todas as pessoas, enquanto a ressurreição, segundo a crença católica, foi única.
A Páscoa é o auge de uma sequência que começa com a Quaresma, período de preparação para a celebração da ressurreição de Cristo. Ela começa na Quarta-feira de Cinzas, exatamente 46 dias antes do domingo de Páscoa, e até o Sábado de Aleluia os católicos tradicionalmente se abstêm de determinados alimentos ou bebidas.
A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, uma semana antes da Páscoa. Segundo a Bíblia, foi nessa data que Cristo chegou a Jerusalém, onde dias depois seria preso e morto na cruz.
A segunda-feira seguinte ao Domingo de Ramos é o dia em que se recorda a prisão de Jesus Cristo. A terça-feira é celebrada como o dia do encontro de Jesus com sua mãe, durante o caminho do Calvário. Na quarta-feira, algumas igrejas celebram o encontro de Nosso Senhor dos Passos com Nossa Senhora das Dores, enquanto outras celebram o Ofício das Trevas, em função da proximidade da morte de Jesus.
Na quinta-feira é celebrada a última ceia de Jesus com seus 12 discípulos. Ao longo da refeição, segundo a Bíblia, Jesus afirmou que um dos apóstolos iria traí-lo, e foi exatamente o que aconteceu. Judas Iscariotes o entregou aos soldados romanos em troca de dinheiro, e Jesus foi preso, julgado e crucificado.
A crucificação e a morte de Jesus são celebradas na Sexta-feira Santa. No Sábado de Aleluia os cristãos permanecem em vigília e no domingo de Páscoa, finalmente, Jesus ressuscita, vencendo a morte.
Outras religiões
A Páscoa é uma celebração cristã, que comemora a ressurreição de Jesus Cristo. Mas também reúne tradições judaicas e pagãs, e cada religião comemora — ou não — conforme sua interpretação.
A tradição de presentear com ovos de chocolate também é própria dos católicos, embora historiadores afirmem que na antiguidade a Páscoa já era celebrada por germânicos e celtas, como culto à deusa Ostara, e eram comuns os ovos e o coelho, símbolo da fertilidade.
Evangélicos tratam a Páscoa de forma semelhante aos católicos: como a história da morte e ressurreição de Cristo. As formas de celebração podem variar conforme as tradições e crenças de cada denominação, mas são comuns os cultos especiais de Páscoa, com momentos de louvor, adoração e exposição da mensagem da ressurreição.
Adeptos das religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, não celebram a Páscoa porque suas crenças não se baseiam na figura de Cristo, mas em entidades como os orixás, com rituais próprios de celebração.
Espíritas também não celebram a Páscoa. Para os adeptos dessa religião, que foi codificada por Allan Kardec e tem como fundamento a evolução do espírito pela reencarnação e imortalidade da alma, a ressurreição de Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico e, portanto, a imortalidade do espírito em outra dimensão.
Entre os judeus, a celebração realizada nesse período é conhecida como Pessach, que significa passagem. É uma tradição anterior à celebração católica e que nada tem a ver com a ressurreição de Cristo — relembra a libertação do povo hebreu após quatro séculos de escravidão no Egito. Refeições e narrativas são intercaladas, como forma de reforçar o significado da data e ensinar as crianças. A Páscoa judaica começa com o Sêder, que é o jantar, e segue com a leitura do Hagadá, livro que contém a história de libertação dos hebreus. (Estadão Conteúdo)