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Sexta-Feira Santa ganha outros significados para o comércio local

18 de Abril de 2025 às 23:10
Diferente de dias normais, Braguinha tinha lojas fechadas 
e quase nenhum movimento
Diferente de dias normais, Braguinha tinha lojas fechadas e quase nenhum movimento (Crédito: ALISSON ZANELLA)

A Sexta-feira Santa, uma das datas mais importantes do calendário para os católicos, é também feriado de alcance nacional e ganha outros contornos para quem trabalha. Serviços essenciais para a população, como patrulhamento da Polícia Militar (uma viatura é vista descendo a boulevard Braguinha, no Centro) e limpeza pública (funcionárias trabalhando na praça Coronel Fernando Prestes) são corriqueiros e esperados, mas há diferenças em trabalhos privados. Empregados de uma ótica esperam pessoas passeando para oferecerem produtos; donos de docerias registram aumento nas vendas devido à Páscoa; feirantes reclamam do pouco movimento, enquanto os frentistas atendem mais aqueles que estão indo viajar.

Registros feitos pelo Cruzeiro do Sul, na manhã e tarde de ontem (18), exemplificam bem a questão. A avenida Dom Aguirre, por exemplo, estava tranquila, com pouco movimento de veículos. Chegando na rua Álvaro Soares, uma das principais vias centrais, a quantidade de lojas de móveis fechadas chamava a atenção, oferecendo uma tranquilidade nas calçadas rara de se ver em dias comuns.

A mesma sensação é percebida na boulevard Braguinha, uma das vias mais conhecidas dos sorocabanos. É lá que Giovana Bianca Rury, 22 anos, Kauane dos Santos Xavier, 25, e Felipe Mendes Rosa, 35, trabalhavam nas primeiras horas da sexta-feira. “O movimento é reduzido mesmo, mas aparece muita gente de fora, de outras cidades, que aproveitam a data para vir passear no Centro, antes de ir para o shopping center [ao lado do Terminal Santo Antônio]”, explica Kauane.

A rua da Penha, outra via bastante conhecida, também estava mais vazia do que de costume, mas havia mais lojas abertas. Perto dali, na rua Francisco Scarpa, Terezinha Cristina da Silva, 46, gerencia uma grande loja de doces, em frente ao Mercado Municipal. “Pessoas que não conseguem vir durante os dias da semana nos procuram neste feriado. São clientes em busca de chocolate por causa da Páscoa e até lojistas que buscam abastecer seus comércios com nossos produtos”, conta. “Os ovos de Páscoa são o carro-chefe, claro. É uma data muito boa para nosso tipo de comércio.” A Sexta-Feira Santa é o único feriado em Terezinha abre a loja, justamente por causa dessa característica especial de vendas de chocolates.

Zona sul

Seguindo para a zona sul, pelas avenidas Washington Luiz e Antônio Carlos Comitre, em direção ao Parque Campolim, pouca movimentação de veículos também. Uma revistaria/loja — que já foi uma antiga banca de jornais —, ganha muito com o feriado. “A data é diferenciada para meu negócio. Vem muita gente aqui por conta de não ter mais banca de jornais e revistas por aí ultimamente. Isso ajuda a nos tornar ponto de referência e as pessoas nos procuram nessa data”, explica o gerente Plínio Ranieri, 54, que calcula que Sorocaba deve ter apenas seis ou sete bancas em atividade atualmente.

Ainda conforme ele, em Itu quase não tem mais. “As bancas se tornaram diversificadas. Veja, temos clube de figurinhas [aponta para três pessoas sentadas em uma mesa, trocando as figuras]. Eles fazem questão de se reunirem aos feriados, isso movimenta a loja. Tem menos trânsito por aí, mais vaga de estacionamento. Essas datas sempre são melhores para mim”, analisa.

Feiras livres

É o contrário para o feirante Flávio Roberto Galvão dos Santos, 48, que estava ontem na rua Coronel José Prestes, Vila Amélia. “Esse é um dos dias mais fraco para gente. O que tem de especial é atender novos fregueses. Aparece gente que, normalmente, não atendemos. Podemos criar nova clientela. Feira é isso, uma caixinha de surpresas. Hoje, por exemplo, vendemos muito caqui [fruta da época] e mamão”, aponta. “Mas se tem que fazer, deve-se fazer bem-feito. Montei a barraca como qualquer outro dia, com todos os produtos, é assim que devemos trabalhar”, garante o feirante que está há 25 anos no negócio. “A Sexta-Feira Santa sempre foi desse jeito para os feirantes.”

Zona norte

Na zona norte, na altura do numeral 60 da avenida Ipanema, o frentista Aguinaldo da Silva aponta uma redução discreta de atendimento, sendo que a maior parte é de motoristas indo para a praia. “Hoje [ontem] de manhã foi só gente abastecendo o tanque para descer para praia. Não temos muito movimento além desse. O que pode acontecer é mais movimento na periferia mesmo, com motoristas abastecendo para circular pela vizinhança”, afirma.

 

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